Cormo 6-12×4-7mm; catafilos 6-10×1,6-2cm.
Folhas plicadas, 34,5-55×0,2-1,4cm.
Inflorescência geralmente 1 por planta, pedúnculo 6-11cm, brácteas florais, 6-8,5×0,6-1cm, oval-oblongas, dispostas em 3-4 séries; escapos 7-23cm, brácteas tectrizes plicadas, a inferior 11,5-29×0,4-0,7cm, as demais em 2-4 séries, 8-13,6×0,4-0,6cm, entrenós 7-19,5cm; pedicelos 7,3-13,5cm. Flores lilases ou roxas, tépalas externas 3-3,5×1,8-2cm, patentes, obovais, regiões superiores alargadas, ápices agudos, tépalas internas 2-2,5×0,8cm, oboval-oblongas, ápices agudos; filetes livres entre si, 1-1,5mm, anteras 6-11mm; hipanto 2-9×1,2-2mm, estiletes concrescidos até 1-2,1cm, porções apicais livres, 3-7mm, ápices truncados, papilosos.
Cápsula 2,5-3×1-0,7cm; sementes 3-4×2-4mm, 10 por lóculo.
Distribui-se pelos Estados de Pernambuco, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Espécie bastante rara em São Paulo, com poucas coletas recentes. D5, D8, D9, E5, E7, F4: áreas de campo ou brejos. Floresce o ano todo com o desenvolvimento concomitante de frutos.
Vellozo (1827) descreveu Sisyrinchium coeruleum com base em material proveniente do Rio de Janeiro. Klatt (1871) ignorou a proposição anterior de Vellozo (1827), descrevendo Alophia geniculata com base nos mesmos atributos morfológicos de Sisyrinchium coeruleum. A ilustração da espécie foi erroneamente identificada como A. sellowiana Klatt na Flora Brasiliensis (Klatt 1871, tab. 65), o que tem suscitado erros na aplicação de seu epíteto. Baker (1877) ao fazer a transferência de A. sellowiana (= A. coerulea) para o gênero Sphenostigma, incorreu neste erro de aplicação do epíteto assim como Ravenna (1977). No mesmo trabalho, o autor transferiu a espécie para o gênero Gelasine, propondo a nova combinação Gelasine coerulea (Vellozo) Ravenna e efetuando diversas sinonimizações. Tais sinonimizações foram transferidas neste trabalho para o nome Alophia coerulea. A espécie é facilmente identificável pela presença de folhas plicadas, escapo portando diversas brácteas, flores lilases ou roxas e estiletes com ápices truncados.
Fonte: CHUKR, N. S. Iridaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de
Botânica, São Paulo, v. 3, p. 127-148, 2003.