Arbustos escandentes volúveis; ramos glabrescentes a esparso-pubescentes; estípulas lanceoladas ou triangulares,
ápice acuminado, 5-6mm, pubescentes.
Folhas com estipelas persistentes; folíolos (10,5)11,3-20,5×(6)6,5-14cm, basais ovais, terminal amplo-oval a romboidal, base obtusa a truncada, ápice agudo a obtuso, mucronado, esparso-pubescentes na face adaxial, mais densos na face abaxial.
Pseudorracemo maior que 40cm, ca. 16 nós; pedúnculo e raque adpresso-pubescentes, 5,5-10cm e 5-39cm, respectivamente, entrenós de 1,3–2,3cm. Flores 3,5-4,5cm; cálice seríceo, base truncada, tubo 7-9mm, dente carenal 9mm, lanceolado a linear-lanceolado, ápice obtuso a arredondado, laterais 4-6mm, triangulares a estreitotriangulares, ápice acuminado, vexilar 5-7mm, amplodeltoide, ápice acuminado; corola púrpura, estandarte
1,8-2×1,4-1,5cm, oval, apêndices basais oblíquos 2, asas 3,9-4,1×1-1,2cm, glabras, apêndice longitudinal 1, pétalas
da quilha 3,9-4,3×0,6-0,7cm, glabras a glabrescentes na unguícula, apêndices arredondados; filetes robustos mais longos que os delgados, anteras glabras; ovário 9-10mm, séssil.
Fruto (7,5)8-10,5×1,6-1,8cm, oblongofalcado, subcilíndrico, pericarpo pubescente, coriáceo, longitudinalmente estriado, ao menos 1 estria longitudinal em cada valva, endocarpo transversalmente septado; sementes 4-5, 1–1,5×1cm, reniformes, hilo curto, circundando menos 20% do perímetro da semente.
Mucuna pruriens (L.) DC. tem distribuição ampla, ocorrendo na África, Ásia, Américas e Caribe e ilhas do oceano Índico e Pacífico. Na América do Sul, é referida para a Venezuela, Suriname, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guianas e Brasil, onde está amplamente distribuída por todo o território nacional. B4, C3, D6, E7: mata mesófila semidecídua, beira de estrada. Coletada com flores em fevereiro a agosto; com frutos de abril a maio.
Embora tenha sido descrita uma variedade para esta espécie, Mucuna pruriens var. utilis (Wall. ex Wight) Baker ex Burck, diferenciada da típica pelos tricomas curtos, prateados e não irritantes dos frutos, em contraposição aos tricomas longos, dourados e irritantes que cobrem a superfície dos frutos na variedade típica, ela não foi reconhecida pelo fato de não se conseguir obter caracteres para diferenciá-las quando vegetativas e em flores.
Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.