Arbusto ou subarbusto ereto 40-50 cm, inerme. Indumento composto por setas escabrosas Ramos estrigosos com setas subapressas na porção proximal, ápice seríceo.
Folhas unijugas, pecíolos e ráquilas estrigosos; estípulas 5-5,5 mm compr., 1,3-1,5 mm larg., lanceoladas, estrigosas, caducas; pecíolo 4-7 mm compr.; ráquila 5,7-8,4 cm compr.; 28-38 pares de foliólulos 5,3-10,5 mm compr., 1,5-3,1 mm larg., par basal anisométrico, lanceolados, assimétricos, falcados, par distal similar aos demais, ápice agudo, base oblíqua, arredondada, cartáceos, levemente discolores, margem estrigosa, faces estrigulosas com sétulas, 4-palmados, nervuras impercepitíveis, parafilídios não observados.
Glomérulos ca. 13 mm compr., 12-13 mm larg., globosos, em curto, terminal, frondoso na base, bracteoso no ápice; pedúnculo 1,6-3,6 cm compr., seríceo. Flores 4-meras, isostêmones, subsésseis; brácteas florais 4,4-4,7 mm compr., 0,5-0,6 mm larg., mesmo tamanho que os botões, ultrapassando-os com as setas, espatuladas, estrigosas, caducas; pedicelo ca. 0,2 mm compr., glabro; cálice 3,2-4,5 mm compr., estreitocampanulado, tubo glabro, lobos 1,5-2,5 mm compr., 0,3-0,6 mm larg., lanceolados, venação não observada, ápice fimbriado; corola 5-6 mm compr., estreito-campanulada, glabra, lobos 1-1,3 mm compr., 0,5-0,7 mm larg., ovais, cimbiformes, uninérveos; filetes 10-12 mm compr., glabros, róseos, talvez alboróseos também, tubo estaminal 1-2,2 mm compr.; anteras ca. 0,5 mm compr., glabras; ovário 0,9-1,2 mm compr., 0,3-0,4 mm larg., oblongóide, comprimido, glabro; estipe 0,5-0,8 mm compr., glabro; estilete 10-10,5 mm compr., glabro; estigma em poro apical afunilado, glabro.
Craspédio 1,5-2,0 cm compr., 5-6 mm larg., oblongo, ápice agudo, mucronado, base largo-cuneada, cartáceo, hirsuto-tomentoso com setas, 2-4 artículos; sementes não observadas.
Barneby (1991) indica grande afinidade entre Mimosa calocephala, que ocorre nos campos rupestres da porção mineira da Cadeia do Espinhaço, e M. hypoglauca Mart., restrita à Bahia e Goiás, e que provavelmente tratam-se de uma única espécie. O material coletado na Serra do Cipó, de fato, apresenta características de ambas espécies e a sua
determinação como M. calocephala foi baseada na área de ocorrência. Caso sejam sinonimizadas, não existe prioridade entre os binômios, pois as duas espécies foram descritas na mesma publicação. Coletada na Serra do Cipó em campo rupestre com flores em março.
Fonte: BORGES, L. M. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Leguminosae – Mimosoideae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 31, n. 1, p. 41-97, 2013.