Árvore ca. 7 m; ramos lenticelados, tomentosos no ápice. Indumento composto por tricomas tectores.
Folhas com pecíolos e raques tomentosos; estípulas 13-15 mm compr., 1,5-1,8 mm larg., estreitolanceoladas, pubescentes, caducas; pecíolo 2,3-4,9 cm compr., ala presente; raque 10,3-17,5 cm compr., alada, nectários 0,9-1,3 mm diâm., discóides, sésseis, entre cada par de folíolos; ala 8-15,3 mm larg., indumento similar ao dos folíolos; 5-6 pares de folíolos 7,4-11,6 cm compr., 2,8-5,3 cm larg., isométricos, ovais a elípticos, levemente assimétricos, par distal similar aos demais, ápice acuminado a obtuso, aristado, base obtusa, às vezes levemente largotruncada, ou arredondada, na porção basiscópica, membranáceos a cartáceos, discolores, pubérulos, nervuras tomentosas, venação pinada, nervura central proeminente em ambas as faces e nervuras secundárias impressas na face adaxial e proeminentes na abaxial.
Racemos 7-8 cm compr., provavelmente cônicos, laxos, axilares, 1 por axila; pedúnculo 3,5-4,5 cm compr., tomentoso; flores pediceladas; bráctea floral não observada, caduca; pedicelo 2-4 mm compr., tomentoso; cálice 1,4-2 cm compr., campanulado, tomentoso, lobos 8-1,2 mm compr., 3-4 mm larg., largolanceolados, estriados; corola 1,8-2,1 cm compr., infundibuliforme, serícea, lobos 6-8 mm compr., 5-8 mm larg., ovais, estriados; filetes ca. 170, 7-8 cm cm compr., alvos, glabros, tubo estaminal ca. 1,1 cm compr.; anteras ca. 0,6 mm compr., glabras; ovário ca. 5,5 mm compr., 1,3 mm larg., oblongóide, glabro, estipe ca. 0,1 mm compr., glabro; estilete ca. 9 cm compr., glabro; estigma não observado, glabro.
Legume 10-13,5 cm compr., 1,9-3,5 cm larg., ápice arredondado, aristado, base arredondada, leve a fortemente curvado, comprimido, margens crenadas, tomentoso com tricomas escuros; sementes não observadas.
Inga sessilis ocorre desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, frequentemente em vegetações secundárias da floresta atlântica, mas também em matas de galeria, especialmente no cerrado, onde se restringe a este tipo de ambiente (Pennington 1997).
Distingue-se facilmente das demais espécies de Inga na Serra do Cipó pelas flores robustas com botões globosos e pelo fruto geralmente fortemente curvado, assemelhando-se a uma ferradura, e com tricomas escuros. Os nectários às vezes podem ser comprimidos transversalmente, mas não chegam a apresentar essa característica tão proeminentemente quanto I. edulis. Foi coletada na Serra do Cipó em mata ciliar, com flores em março.
Fonte: BORGES, L. M. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Leguminosae – Mimosoideae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 31, n. 1, p. 41-97, 2013.