Fabaceae – Inga laurina

Árvores 2-20m; ramos glabros, lenticelados.

Folhas com estípulas 4-10×1-4mm, oblongas a obovadas, persistentes; pecíolo 0,7-2cm, cilíndrico a marginado;
raque foliar 1,2-4cm, cilíndrica a marginada, glabra; margem 1-2mm larg.; folíolos 2-3 pares, folíolos terminais 4-15×2,1-5,5cm, obovais, ápice acuminado a arredondado, margem revoluta, base cuneada assimétrica, glabrescentes
a glabros; apêndice terminal 2-4mm, filiforme, caduco; nectários sésseis, pateliformes.

Inflorescência espiciforme, ramiflora, axilar, 1-2 por axila; pedúnculo 0,5-4cm; raque floral 4-13cm; brácteas ca 0,75mm, elípticas, pubérulas, persistentes. Flores sésseis a curtamente pediceladas; pedicelo 0-1mm; cálice campanulado, 5 sépalas, 1,5-3mm, pubérulas externamente, lacínias regulares, agudas; corola tubulosa, 5 pétalas, 3-6mm, brancas, pubérulas externamente no ápice; ca. 41 estames, 12-19mm, brancos, glabros; tubo estaminal 6-9mm, exserto; gineceu 1-carpelar, ovário séssil, ca. 10 óvulos, glabro, estilete do mesmo compr. dos estames, glabro, estigma funiliforme.

Legume 3-11×1,2-3×0,2-1,1cm, oblongo, glabro, coriáceo, amarelo quando maduro, margem estreita, às vezes constrita entre as sementes, face aberta; sementes verdes, oblongas, sarcotesta abundante.

Ampla distribuição neotropical do México até América do Sul exceto Chile e Uruguai (Pennington 1997). No Brasil ocorre em quase todos os estados, na costa tem seu limite sul no Paraná onde penetra no continente, alcançando a Argentina e o Paraguai (Garcia inéd.). B5, C3, C6, D4, D6, E7: planície litorânea, floresta ombrófila densa, florestas estacionais semideciduais aluviais e de terras baixas, matas ciliares do cerrado. Apresenta florações e frutificações esporádicas em diversas épocas do ano, mas o principal período de floração de outubro a março e, de frutificação, de janeiro a junho.

Espécie muito utilizada no sombreamento das plantações de café, no interior de Minas Gerais e São Paulo. Atualmente é utilizada como ornamental, no campo e nas cidades, e na recuperação de áreas degradadas e reflorestamentos.

Apresenta grande variação morfológica, as populações das planícies litorâneas apresentam-se como pequenas árvores ou arbustos, possuem folíolos menores com ápice arredondado, os frutos são mais estreitos e curtos que os das populações observadas nas florestas pluviais. Polimorfismo também pode ser encontrado nas populações cultivadas que apresentam indivíduos arbóreos com folhagem, flores e frutos mais viçosos.

Hanson (1997) encontrou indivíduos tetraploides nessa espécie, o que poderia justificar essa variação. I. laurina é
muito semelhante a Inga marginata Willd., com a qual é simpátrica, mas apresenta, comumente, 2 pares de folíolos
lanceolados e maior razão comprimento / largura do fruto.

Fonte: TAMASHIRO, J. Y. & ESCOBAR, N. A. G. Subfamília Mimosoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 84-166, 2016.

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