Árvore 6-10 m; ramos lenticelados, pubescentes a tomentulosos. Indumento composto por tricomas simples.
Folhas com pecíolos e raques tomentulosos; estípulas 3,7 mm compr., 0,6 mm larg., lanceoladas, pubescentes; pecíolo 2-3,5 cm compr., ala ausente; raque 6,8-12,1 cm compr., alada, nectários 1,5-2,9 mm compr., 1,8-3,6 mm larg., discóides, comprimidos transversalmente, sésseis, entre cada par de folíolos; ala 9-15 mm larg., indumento similar ao dos folíolos; 3-4 pares de folíolos 7,4-15,6 cm compr., 4,1-7 cm larg., elípticos a estreito ovais, levemente oblíquos e assimétricos, par distal similar aos demais, ápice acuminado, base arredondada na porção acroscópica, cuneada na porção basiscópica, cartáceos, pubérulos na face adaxial, pubérulos a pubescentes na face abaxial,
tomentulosos nas nervuras, venação pinada, nervura central proeminente em ambas as faces e nervuras secundárias proeminentes na face abaxial.
Espigas 2,3-3,8 cm compr., 1,5-1,8 cm larg., laxas, axilares, 1-4 por axila; pedúnculo 1,9-2,5 cm compr., pubescente;
flores sésseis, bráctea floral 4,8-5,7 mm compr., 2-2,4 mm larg., lanceolada, menor que os botões clavados, tomentosa, caduca; cálice 6-6,2 mm compr., tubular, tomentuloso, lobos 1-1,5 mm compr., 0,9-1,3 mm larg., triangulares, 3-nervados; corola 16-17,5 mm compr., estreito-infundibuliforme ou tubulosa, tomentosa, lobos 2,1-2,7(-3,3) mm compr., 1,5-2,8 mm larg., ovais a lanceolados, 3-nervados; filetes (38-)46-60, 4,5-4,8 cm compr., alvos, tubo estaminal 1,2-1,5 cm compr.; anteras 0,4-0,5 mm compr.; ovário 2,4-2,9 mm compr., 0,7-0,9 mm larg., oblongóide, levemente comprimido, glabro, estipe ca. 0,2 mm compr., glabro; estilete 3,2 cm compr., glabro; estigma levemente cupulado, glabro.
Legume 13-32 cm compr., 1,4-2,3 cm larg., cilíndrico, ápice aristado, base obtusa, encurvado ou reto, estriado longitudinalmente, pubescente; sementes não observadas.
Inga edulis é uma espécie comum nas florestas ombrófilas e estacionais semideciduais da América do Sul tropical e ocorre desde a Venezuela até o noroeste da Argentina. Devido a seu fruto comestível é comumente cultivada em sua área de ocorrência natural e além dela (Pennington 1997). Na Serra do Cipó foi coletada com flores em julho e frutos em abril em área de floresta estacional decídua.
É facilmente identificada por seus nectários comprimidos transversalmente. O material J.R. Pirani et al. 3704 apresenta nectários excepcionalmente grandes, com 10-13 mm compr. e 11-15 mm larg.
Fonte: BORGES, L. M. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Leguminosae – Mimosoideae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 31, n. 1, p. 41-97, 2013.