Árvores até 5m, raramente maiores; ramos jovens, pecíolos, raques e inflorescências ferrugíneo-vilosos.
Folhas (10-)12(-14)cm (incluindo pecíolo de 0,8(-1,5)cm), (15-)23(-27)-folioladas; estípulas ca. 3mm, subuladas,
vilosas, decíduas; folíolos (1-)1,8(-2,9)×(0,5-)0,7(-0,9)cm, oblongos a oblongo-ovais, terminal geralmente oboval,
ápice obtuso, curto-mucronado, geralmente arredondado no folíolo terminal, base obtusa, face adaxial vilosa, esparso-pilosa na maturidade, face abaxial densamente vilosa, menos densa na maturidade.
Inflorescência paniculada, (5-)11(-18)cm, terminal ou axilar, geralmente a terminal mais longa com folhas pequenas entremeadas, pedúnculo (1-)1,5(-6)cm, ferrugíneo-viloso; brácteas ca. 1,5mm, subuladas, vilosas, decíduas. Flores 5-7mm, fragrantes; bractéolas ca. 1,3mm, estreito-subuladas, quase lineares, vilosas, inseridas na base do cálice, persistentes; cálice ca. 3,2mm, viloso, lobos vexilares 2, levemente mais largos, deltados, ápices obtusos, lobos carenais subulados, o mediano mais longo, ca. 1,2mm; corola creme, estandarte quadrangular, ca. 5,5mm, unguícula ca. 1mm, base mais ou menos truncada, estreitando-se para o ápice levemente emarginado, porção mediana da face externa esparsamente pilosa, asas ca. 5mm, oval-oblongas, base auriculada acima da unguícula, pétalas da quilha ca. 4,1mm, ovais a mais ou menos triangulares, unidas por menos de 1mm no ápice; estames 9, raramente 8, monadelfos; ovário curto-estipitado, viloso, alguns tricomas glandulares entremeados, óvulos 3-4.
Fruto (3,5-)5(-6,5)×(1,1-)1,5(-1,6)cm, elíptico-oblongo, ápice arredondado a obtuso, mucronado, base aguda, longo-estipitado, membranáceo, esparsamente viloso, tricomas glandulares entremeados quando jovens, glabro na maturidade, estipe sempre viloso, venação reticulada difusa; semente 1(-2).
Dalbergia villosa cresce no Brasil central, especialmente nos estados de Minas Gerais e norte de São Paulo em áreas predominantemente cobertas por cerrado. Contudo, a espécie parece não crescer em cerrado verdadeiro, mas preferir áreas mais úmidas como as florestas de galeria e bolsões mais úmidos de vegetação dentro do Domínio do Cerrado. D6, D7, E6, E7, E8: mata ciliar. Floresce em janeiro a março e frutifica de fevereiro a abril.
Dalbergia villosa apresenta duas variedades, no estado de São Paulo ocorre apenas a variedade típica. A espécie é
próxima de D. foliolosa, mas se distingue pelo indumento viloso que cobre as folhas, inflorescências e cálices.
Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.