Lianas ou arbustos escandentes; ramos jovens, pecíolos, raques e inflorescências densamente ferrugíneopilosos.
Folhas 6,5-9,3cm (incluindo pecíolo de 0,8cm), (15)17(-23)-folioladas; estípulas ca. 4mm, subuladas, pilosas, decíduas; folíolos 1,5-2,5×0,7-1,2cm, oblongos, raramente obovais, ápice obtuso, às vezes levemente emarginado, base obtusa, face adaxial glabra, brilhante na maturidade, face abaxial densamente pilosa em folhas jovens, menos densamente em folhas maduras.
Inflorescência paniculada, ca. 5-6cm, axilar, em ramos áfilos ou com folhas muito jovens; pedúnculo ca. 4-6mm,
tomentoso; brácteas decíduas, ca. 2mm, quase lineares, tomentosas. Flores com bractéolas pouco menores que as
brácteas, persistentes, inseridas na base do cálice; cálice ca. 5mm, piloso, lobos vexilares unidos em um terço do
comprimento, ápices obtusos, lobos carenais agudos, o mediano mais longo, ca. 2,2mm; corola roxo-escura, quase
negra, ca. 7mm, estandarte orbicular, ápice levemente emarginado, base subcordada e unguiculada, asas obovais,
base auriculada acima da unguícula, pétalas da quilha obovais, pouco mais curtas que as demais pétalas, unidas
em 2mm no ápice; estames 9 ou 10, monadelfos, raramente estame vexilar livre ou rudimentar; ovário longo-estipitado, ciliado nas margens, mais comumente apenas na margem sutural, estigma pouco conspícuo, óvulos 4.
Fruto 4,5-7×1-2cm, oblongo, ápice obtuso, mucronado, base atenuada, longo-estipitado, membranáceo a submembranáceo, glabro, venação reticulada, menos proeminente no núcleo seminífero; semente 1(-2).
Espécie pouco coletada e, consequentemente pouco representada nos herbários. Dalbergia lateriflora parece estar limitada às vegetações ao longo da costa. A espécie é próxima de D. nigra, mas se distingue desta pelo hábito escandente, flores menores e pelo cálice piloso. E8, F6, G6: restingas e transição para a mata costeira adjacente.
Coletada com flores de agosto a outubro, e com frutos em dezembro.
Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.