Arbusto.
Folhas bilobadas, lâmina 10-14×9-14 cm, cartácea a subcoriácea, base arredondada ou subtruncada até levemente
cordada, 7-9-nérvea, nervura marginal infranerviforme; lobos concrescidos em menos de 1/3 do comprimento total, ovado-oblongos, pouco divergentes, ápice curtamente acuminado a obtusiusculo; face superior glabra, face inferior pubérula (= tricomas curtos e apressos), nervuras secundárias impressas, nervuras primárias proeminentes, secundárias pouco proeminentes; pecíolo 1,5-3,5 cm compr., delgado, pubérulo a glabro.
Inflorescência até 15-30 cm compr. ou maior; curto-pedunculada, eixo racemiforme; eixo delgado, apressosubvelutino-pubescente; inflorescências parciais 2-floras. Botões na antese, clavadocaudados, ápice mais ou menos prolongado em acumen tênue, indumento brevíssimo apressos subvelutinos, cor marron escura. Flores, cálice
fendido na antese em 3-5 lobos reflexos, retorcidos, ca.7,0 cm compr.; pétalas lineareslongamente-unguiculadas; anteras iguais, lineares, filetes hirsuto-vilósulo na base; coluna estaminal; ovário velutino.
Legume deiscente, valvas 21×1,8 cm, estipe 3 cm compr.
Ocorre no Peru (Macbride, 1943), Bolívia (col. R. Guillen & V.C. Chire 3668, CTES) e Brasil. Macbride (1943) descreveu B. urocalyx na Flora do Peru, porém, com base apenas em material estéril do Rio Itaya e Yurimagas. No
Brasil, ocorreria no Acre, (Fig. 28). Folha SC18, 73-8c. Nenhuma coleção foi examinada, além da fotografia do holótipo. Na descrição acima transcrevemos, apenas, os dados da descrição original. Bauhinia urocalyx pertence ao
complexo B. cinnamomea − B. grandifolia (Bong.) Steud. com o qual compartilha o mesmo tipo de nervação foliar, pétalas longamente unguiculadas e contorno do botão floral tutuloso-acuminado.
Fonte: VAZ, A. M. S. da. F. & TOZZI, A. M. G. A. Bauhinia ser. Cansenia (Leguminosae: Caesalpinioideae) no Brasil. Rev. Rodriguésia, v. 54, n. 83, p. 55-143, 2003.