Arbusto. Entrenó distal 5,5 cm comprimento.
Folhas bilobadas, lâmina 6-7×7-8 cm ou mais largas (Harms, 1903), coriácea, base profundamente cordada e/ou com lobos basais sobrepostos (Harms, 1903), 9-13 nérvea, nervura marginal inconspícua, lobos concrescidos até ½ a 2/3 do comprimento total, largamente elíticos a orbiculados, paralelos ou um pouco divergentes, ápice arredondado; face
superior glabra, nervação um pouco impressa, face inferior rufo-tomentosa a maciamente denso-vilosa, tricomas glandulares presentes, nervuras primárias muito proeminentes, secundárias e terciárias proeminentes; pecíolo 0,8-1,2 cm compr., robusto, rufo-velutino. Estípulas não vistas, nectários extraflorais perfeitos não vistos.
Inflorescência comprimento desconhecido, curto-pedunculada; pedúnculo 2 cm compr.; eixo racemiforme, nem delgado, nem robusto, densamente rufovelutino; inflorescências parciais 2-floras/3-floras; folhas opositifloras/alternifloras não vistas, brácteas foliáceas não vistas. Botões 8,5-9×0,6 cm na antese, pentagonais, ápice
reentrante-obtuso, 5-costados, rufo-velutinos, com tricomas glandulares. Flores com pedicelo 1,2-1,8 cm compr., bractéolas escamiformes, submilimé-tricas, hipanto cilíndrico, 2×0,6-0,8 cm, internamente tomentoso-viloso na região distal; cálice fendido na antese em 4-5 lobos reflexos, um pouco ondulados a retorcidos, não espiralados, 3-5 cm compr.; pétalas lineares, 3-4×0,1 cm, externamente glabras, estaminódios 0, estames 10, anteras iguais, lineares, não loceladas, filetes 4-5 cm compr., filetes pilosos, coluna estaminal rudimentar até ca.1 mm altura máxima, apêndice ligular ausente, internamente velutino-tomentosa, externa-mente pilosa; gineceu ca 7,5 cm compr., estigma cla-viforme, ovário piloso com tricomas glandulares, estipe 3,5 cm compr., com tricomas glandulares esparsas.
Legume deiscente, valvas 10,5-17x 1,1-1,2 cm, estipe 3,6-3,8 cm compr.
Sementes 0,6-0,8×0,4-0,5 cm.
Ocorre apenas no Brasil, estado de Goiás e Brasília (Fig. 25). As localidades de ocorrência pertencem às Folhas IBGE (1960): SD-23 e SD-22, meridianos 47 e 48 e latitude 14 a 16. Habita em margem da mata de galeria com campo cerrado ou campo sujo e, em vegetação campestre (col. Vaz 888). Floresce a partir de janeiro e frutifica de julho a dezembro.
Trata-se de uma espécie ainda pouco conhecida e raramente presente nas coleções. B. malacotricha compartilha com as outras espécies do complexo B. pulchella/B. curvula/B. dumosa a coluna estaminal internamente tomentosa na região distal, mas difere por apresentar botões subclavados, anguloso-costados, fortemente ferrugíneovelutinos, entre outros caracteres. Devido ao indumento tomentoso-velutino da face inferior pode ser confundida como B. dumosa, porém difere pelo tipo da forma do lobo foliar quase reniforme, e mais maciamente velutino. O epíteto específico se refere ao tipo de indumento (malaco = macio ao toque; Stearn, 1973: 276).
Fonte: VAZ, A. M. S. da. F. & TOZZI, A. M. G. A. Bauhinia ser. Cansenia (Leguminosae: Caesalpinioideae) no Brasil. Rev. Rodriguésia, v. 54, n. 83, p. 55-143, 2003.