Fabaceae – Arachis glabrata

Ervas perenes, rizomatosas; rizomas a 5-20cm de profundidade, longos, ramificados, radicantes; ramos acima do solo até 40cm, decumbentes, apoiantes, glabros a pubescentes.

Folhas 4-folioladas; estípulas subuladas, glabrescentes a vilosas, às vezes com cerdas, porção livre das estípulas mais longa que a parte adnata; folíolos oblongos, elípticos a obovais, cerdas marginais esparsas, margem algo marcada na face adaxial, face abaxial em geral glabra, com pubescência esparsa nas folhas jovens, face adaxial com tricomas adpressos a glabrescentes e, geralmente, com tricomas mais longos sobre a nervura média.

Inflorescência em espigas paucifloras muito breves. Flores com hipanto viloso; cálice viloso, cerdas abundantes; estandarte alaranjado com linhas vermelhas na face ventral.

Fruto raramente formado, dois segmentos oval-alongados, bico pronunciado, o basal afastado da axila foliar por eixo de 5-10cm, istmo breve; pericarpo tenaz, epicarpo liso; sementes oval-alongadas, ápice agudo, tegumento ocráceo.

Ocorre abaixo de 800m de altitude, no nordeste da Argentina, Paraguai Oriental e Brasil. Frequente no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e sul de Goiás, de onde se estende ao Triângulo Mineiro e a São Paulo. É uma boa forrageira natural, com cultivares selecionados nos Estados Unidos e Austrália (Kerridge & Hardy 1994), também cultivada para a formação de gramados ornamentais (Veiga et al. 2003) na Região Centro-Oeste e no Paraguai. B2, B3, B4, B6, C4, C5, C6, D4, D5, D7: heliófita comum em áreas campestres e cerrados, faixas de domínio de rodovias, bordas de campos cultivados, menos frequente em bordas de cerradão e matas. Floresce quase todo o ano, com maior concentração no período chuvoso.

A espécie tem duas variedades: Arachis glabrata var. hagenbeckii (Harms ex Kuntze) F.J. Herm., restrita ao sul do Paraguai e à Argentina, e A. glabrata var. glabrata, que se estende por toda a área de distribuição. Sua anatomia foi descrita por Menezes (1985), que, no entanto, a identificou como A. prostrata Benth., espécie não ocorrente no estado de São Paulo. Nóbile et al. (2004) analisaram a diversidade genética de A. glabrata, por meio de marcadores moleculares, incluindo material coletado em São Manuel, SP.

Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.

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