Árvores até 15m, tortuosas; casca provida de sulcos e cristas horizontais, sem projeções suberosas.
Folhas XIIXV/70-80; eixo primário 15-18cm, glândula urceolada na base; pinas 8-10cm; foliólulos 4-6×1mm, linear-falcados, glabros, margens ciliadas, nítidos.
Inflorescência espiga globosa levemente oblonga, axilar ou terminal, paniculada. Flores sésseis; cálice 5-laciniado, pubérulo, 2/3 do comprimento da corola; corola glabra, branca; anteras eglandulares; ovário glabro, subséssil. Legume 15-25×1,5-2cm, valvas coriáceas, irregularmente constritas entre as sementes; sementes 1,5-2cm, orbiculares a suborbiculares, levemente marginadas, aladas.
A distribuição de Anadenanthera falcata vai desde o sudeste do Brasil até as Grandes Antilhas (Altschul 1964). No Brasil está registrada para os estados da Bahia, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (Morim 2014). B2, B4, B6, C4, C5, C6, D1, D3, D4, D5, D7, E5, E6, E7, F4: ocorrência exclusiva nos cerrados do Brasil. Coletada com flores de setembro a fevereiro e com frutos de setembro a junho.
Altschul (1964) considerou este táxon como uma variedade de Anadenanthera peregrina. Neste trabalho, a espécie é considerada um táxon distinto por apresentar características morfológicas que a distinguem das demais, como a casca sem projeções suberosas, e habitat restrito a solos do tipo neossolo quartzarênico, característico dos cerrados do Brasil. Difere ainda de A. peregrina pelas folhas com 12-15 pinas, de 8-10cm, e 70-80 foliólulos (versus 15-22 pinas, de 5,5-7cm, e 60-70 foliólulos), foliólulos linearfalcados e nítidos (versus linear-lanceolados e opacos), inflorescência na antese em espiga globosa levemente oblonga (versus globosa esférica) e legumes mais estreitos com até 2cm de largura (versus 2-3,2cm).
Fonte: TAMASHIRO, J. Y. & ESCOBAR, N. A. G. Subfamília Mimosoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 84-166, 2016.