Annonaceae – Guatteria villosissima

Arvoreta ou árvore 2,5-8 m alt. Ramos, pecíolos e brácteas denso-ferrugíneo-vilosos. Entrenós 0,8-3,5 cm compr. Pecíolos 2-3 mm compr.; lâmina foliar elíptico-lanceolada a oblongo-lanceolada, 6-18 cm compr., 2,5-4 cm larg., subcoriácea, face adaxial glabra exceto nervura primária, velutinosa, as folhas jovens glabras exceto a nervura primária, vilosa nesta face, face abaxial densamente ferrugíneo a
dourado-velutinosa, ápice acuminado, às vezes agudo, base obtusa, nervação broquidódroma a eucamptódroma, nervura primária plana ou impressa na face adaxial, muito proeminente na abaxial, 8-18 pares de nervuras secundárias retas a arqueadas, em ângulo de 45-70° com a nervura primária, juntamente com o retículo, pouco proeminentes na face abaxial e planos na adaxial, anastomosadas em arco  ca. 1-3 mm da margem, esta plana ou, mais frequentemente, as folhas adultas com margem acentuadamente revoluta.

Flor solitária, axilar; pedicelo 6-25 mm compr., ca. 2 mm larg., articulado 2-13 mm acima da base, denso-ferrugíneo-viloso; brácteas 2, ca. 7 mm compr., ca. 2 mm larg., oblongas, côncavas, face adaxial glabra, cedo caducas; sépalas largamente triangulares, côncavas, 5-10 mm compr., 5-8 mm larg., reflexas, curto-dourado-vilosas principalmente na face adaxial; pétalas elíptico-acuminadas, às vezes oblongas com ápice arredondado, 13-18 mm compr., 4-6 mm larg., seríceo-tomentosas em ambas as faces exceto a base da face adaxial, glabra, verde-ocráceas na face abaxial, verdes ou, quando maduras, verderosadas na adaxial; estames ca. 1,5 mm compr., amarelo-pálidos; carpelos verdes, ovário áureoseríceo, estigma glabro. Carpídios 7-9,5 mm compr., 4,5-5 mm larg., elipsoides, glabrescentes, apiculados, imaturos verdes, maduros atro-vináceos, estipes 6,5- 10,5 mm compr.

Guatteria villosissima é arvoreta ou árvore das matas ciliares e capões da Serra do Cipó e, na Cadeia do Espinhaço, ocorre de Ouro Branco a Rio Vermelho. Parece ser típica das matas interiores de Minas Gerais, a leste da Cadeia do Espinhaço, chegando ao Rio de Janeiro e Espírito Santo (Maas et al. 2010), mas há duas coleções disjuntas, do Ceará. Segundo Fries (1939), ocorreria também em São Paulo, porém
a localidade do material citado por ele (Hoehne 4868) é incerta, e a espécie nunca mais foi encontrada no estado (Mello-Silva & Lopes em prep.). Caracteriza-se pelo indumento dourado-velutinoso e folhas frequentemente muito revolutas, às vezes buladas. Ao contrário das outras Guatteria, parece frutificar muito raramente, havendo poucas coleções com frutos.

Fonte – Mello-Silva, R., Lopes, J.C. & Pirani, J.R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Annonaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 24(1), 37-56, 2006.

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