Árvores, 20 m alt.; ramos com crescimento rítmico, subcilíndricos, glabros.
Folhas subopostas para o ápice dos ramos e alternas na base; pecíolo 0,5−1 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 5−15 × 1,5−4,5 cm, elíptica, ápice agudo ou acuminado, base cuneada, margem ondulada, face adaxial glabra, lustrosa, reticulação densa, nervura primária imersa, secundárias planas, face abaxial glabra, reticulação densa, nervura primária saliente, secundárias planas, 8−10 pares, ângulo de divergência 30º−70º, nervação broquidódroma, domácias ausentes.
Inflorescências subterminais, agrupadas ao redor da gema apical glabra, subtendidas por brácteas; tirsóide 2−10 cm compr., multiflora, glabra. Flores bissexuadas; pedicelo ca. 2 mm compr.; hipanto conspícuo, internamente pubérulo; tépalas ca. 2,5 mm compr., estreito-elípticas, glabra em ambas as faces, papilas na margem; estames das séries I e II 1,3−1,5 mm compr., filetes um pouco mais curtos que as anteras, glabros, anteras orbiculares, ápice
obtuso, papilosas, locelos introrsos; estames da série III ca. 1,5 mm compr., filetes tão longos quanto as anteras, glabros, anteras quadrangulares, ápice truncado, locelos superiores laterais e inferiores lateral-extrorsos; estaminódios da série IV 0,7−0,9 mm compr., filiformes, pubérulos; pistilo ca. 2 mm compr., glabro, ovário elipsoide, estilete igual ou pouco mais curto que o ovário, estigma subcapitado. Cúpulas ca. 1,8 × 1,4 cm, hemisféricas, lenticeladas, margem simples.
Frutos ca. 2 × 1,3 cm, elipsoides.
No Paraná Ocotea prolifera é encontrada na FES no norte do estado e na FOD Submontana no alto vale do rio Ribeira, entre 350 e 600 m, ocupando o dossel. A espécie é rara no estado, com provável limite austral de ocorrência sob 25º de latitude, sendo categorizada nos critérios da IUCN (2001) como Em Perigo (EN B1ab(iii)).
Em material vivo a coloração das flores varia entre branca, creme e esverdeada, exalando um odor suave. Assis (2009) na revisão do grupo indica que o conceito até então tratado por Baitello (2003) como Ocotea indecora (Schott) Mez é na verdade O. prolifera. Na análise dos fototipos optou-se por aceitar o conceito de Assis (2009). Floresce de dezembro a março e frutifica de março a dezembro.
Fonte: BROTTO, M. L.; CERVI, A. C.; SANTOS, E. P. dos. O gênero Ocotea (Lauraceae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, p. 495–525, set. 2013.