Árvores, 24 m alt.; ramos cilíndricos, glabrescentes.
Folhas alternas; pecíolo 0,5−0,8 cm compr., canaliculado, glabrescente; lâmina 4−9 × 1−3 cm, elíptica, ápice agudo ou acuminado, base atenuada, face adaxial glabra, bulada sobre as domácias, reticulação laxa, nervuras planas, face
abaxial glabrescente, reticulação laxa, nervura primária saliente, secundárias subsalientes, 3−5 pares, ângulo de divergência 25º−40º, nervação camptódroma-broquidódroma, domácias nas axilas, cobertas por tricomas alvos.
Inflorescências subterminais; tirsóide ca. 2 cm compr., pauciflora, glabrescente. Flores unissexuadas; estaminadas
com pedicelo ca. 3 mm compr.; hipanto inconspícuo, internamente pubérulo; tépalas ca. 2,2 mm compr., ovalado-elípticas, face abaxial glabra, face adaxial glabrescente, papilas inconspícuas no ápice; estames das séries I e II ca. 1,5 mm compr., filetes ⅓ do comprimento das anteras, glabros, anteras ovalado-retangulares, ápice obtuso, glabras, locelos introrsos; estames da série III ca. 1,5 mm compr., filetes mais curtos que as anteras, glabros, anteras
retangulares, ápice truncado, locelos superiores lateral-introrsos e inferiores lateral-extrorsos; estaminódios da série IV ca. 0,8 mm compr., filiformes; pistiloide estipiforme, pubérulo; pistiladas com estaminódios ca. 0,7 mm compr.,
pistilo ca. 1,4 mm compr., glabro, ovário globoso, estilete muito curto, estigma lobado. Cúpulas 1,5 × 0,9 cm, trompetiformes, margem hexalobada.
Frutos 1 × 0,8 cm, elipsoides.
No Paraná Ocotea laxa é encontrada na FOD Submontana e Montana, FOM e FES, entre 425 e 800 m, ocupando o dossel. A espécie é rara no estado, embora sua ocorrência em São Paulo e Santa Catarina sugira uma ampla distribuição no Centro-Leste do Paraná, por isso é categorizada nos critérios da IUCN (2001) como Quase Ameaçada
(NT).
Em material vivo a coloração das flores varia de creme a amarelada e os frutos maduros são vinho-escuros com cúpulas vermelhas. Rohwer (1986) considerou O. teleiandra sinônima de O. laxa, entretanto, O. teleiandra apresenta folhas sem domácias nas axilas das nervuras e frutos maiores com cúpulas de margem simples, características
descritas por Mez (1889) e que puderam ser comprovadas. Assemelha-se a O. brachybotrya, mas esta também apresenta folhas sem domácias. Floresce de setembro a dezembro e maio e frutifica de outubro a maio.
Fonte: BROTTO, M. L.; CERVI, A. C.; SANTOS, E. P. dos. O gênero Ocotea (Lauraceae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 64, n. 3, p. 495–525, set. 2013.