Arvoreta 5 m alt., ereta, inerme. Caules e ramos cilíndricos, glabros.
Folhas simples, concolores, membranáceas a subcoriáceas, lâmina 5,5–7,7 × 3,1–4,2 cm, elíptica a lanceolada, ápice cuspidado, base obtusa, margem inteira, ambas as faces glabras, verde cinéreo; pecíolo, 1,1–3,2 cm de compr.
Inflorescências terminais, plurifloras, glabras. Botões florais não observados. Flores pediceladas, hermafroditas. Cálice 1,5 × 0,7cm, campanulado a tubuloso, glabro, lobos acuminados. Corola amarelo-esverdeada, tubulosa, constrita na região apical, tubo 2,6–3,3 × 0,6–0,9 cm, pubescente, revestida por tricomas simples na face externa, lobos agudos; anteras pardas a amarelas, deiscência longitudinal. Estigma bilobado, ovário oval.
Cápsula 2,0 × 1,3 cm, elipsoide, glabra, verde quando jovem, marrom na maturidade, cálice envolvendo o fruto.
Sementes marrons, numerosas, sub-reniformes.
Fenologia: Coletada com flores e frutos em agosto e novembro.
Nicotiana glauca é uma espécie nativa da América do Sul e encontrase distribuída em zonas áridas e semiáridas do mundo, como na Arábia Saudita, Chile, Estados Unidos e México (Fabricante et al., 2015). A espécie pode ser encontrada ainda na Austrália, Croácia, Espanha, Namíbia e Portugal (Silva et al., 2007; Fabricante et al., 2015). No
Brasil, a espécie distribui-se pelas regiões Nordeste (AL, BA, CE, PB, PE, PI, RN, SE), Centro-Oeste (DF, GO, MS), Sudeste (ES, MG, RJ, SP) e Sul (PR, RS, SC), em domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2020). Na Bahia, a espécie está em maior abundância nas regiões norte, centro-norte e sudoeste do Estado (CRIA, 2020).
É considerada uma planta invasora, podendo ser encontrada em ambientes úmidos, ruderais e bordas de estradas. Apresenta toxicidade tanto para animais quanto para humanos, em virtude da presença de princípios ativos, como o alcaloide anabasina (Fabricante et al., 2015).
Indivíduos de Nicotiana glauca possuem grande habilidade de produzir e dispersar propágulos, podendo variar de 10.000–1.000.000 de propágulos por indivíduo (Fabricante et al., 2015). Na área em estudo, a espécie foi encontrada em margens de estradas e em terrenos baldios, sempre em pequenas populações.
Fonte: MOURA, J. N. & CAIRES, C. S. A família Solanaceae Juss. no município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Rev. Paubrasilia, v. 49, p. 01-33, 2021.