Arbustos 1-2,5 m alt.; ramos cilíndricos, lisos, glabros. Estípulas bipartidas, lâmina 4-6 x 3-5 mm, lobos estreitos, longamente acuminados, 4-8 mm compr.
Folhas pecioladas; pecíolo 1-3 mm compr.; lâmina largamente lanceolada a oval, base atenuada a arredondada, margem plana, ápice longamente acuminado, (4-)5-8 cm compr., 2-3,5 cm larg., cartácea, levemente discolor, secando esverdeada, glabra a pilosa, com tricomas concentrados sobre as nervuras; venação broquidódroma, nervuras secundárias paralelas às intersecundárias e indistinguíveis destas, aproximadas, (15-)17-20 pares,
salientes em ambas as faces, retículo evidente próximo à margem, nervura coletora conspícua.
Inflorescências axilares e subterminais, em glomérulos sésseis a brevemente pedunculados, pedúnculo 1-12 mm compr., 5-9-floras, subtendidas por 2-6 brácteas triangulares de até 6 mm compr., verdes; flores sésseis; hipanto turbinado, tubo ausente, lobos subulados, ca. 1 mm compr., estreitos; corola alva, 8-10 mm compr., 5-6 mm larg., glabra, infundibuliforme, lobos reflexos; anteras exsertas nas flores brevistilas.
Drupas ovoides, restos do cálice pouco salientes, levemente sulcadas quando secas, atropurpúreas e brilhantes quando maduras, 5-6 mm compr., 3,5-4,5 mm diâm.
Distribuída amplamente na América do Sul, desde a Venezuela até o Paraguai, é frequente na Mata Atlântica desde o Pernambuco até Santa Catarina, com registros no interior do país nos estados de Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais (Barbosa et al. 2014). Psychotria vellosiana apresenta ampla variabilidade morfológica, portando folhas glabras a densamente velutinas, estreitamente lanceoladas até largas e ovais, inflorescência séssil a subséssil até
pedunculada.
A dificuldade de circunscrição taxonômica nesta espécie é refletida pela sua ampla sinonímia (Delprete et al. 2005, Taylor 2007). Para fins de florística local, a descrição apresentada aqui baseia-se em formas montanas desta espécie,
coletadas nos campos rupestres de Bahia e Minas Gerais, que geralmente apresentam hábito mais compacto, distalmente muito ramificado, inflorescências subsésseis a curtamente pedunculadas, folhas glabras e largamente
lanceoladas a ovais, longamente acuminadas. Na Serra do Cipó, esta espécie foi coletada entre rochas, florescendo entre julho e dezembro.
Fonte: ZAPPI, D. C.; CÁLIO, M. F. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Rubiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 32, n. 1, p. 71-140, 2014.