Rubiaceae – Declieuxia deltoidea

Subarbusto (15)35-150 cm alt.; caule fistuloso, glabro, entrenós 10-41 mm compr. Estípulas conspícuas, 1-3-dentadas, raramente largamente deltoides, base não decorrente, 0,2-1,1 x 0,1-0,3 mm.

Folhas opostas, sésseis, raramente com folhas menores nas axilas; lâmina depresso-oval a largamente depresso-oval, base cordada (raramente arredondada), margem plana, espessada, ápice acuminado a abruptamente acuminado ou obtuso,12-35 mm compr., 18-46 mm larg., 0,3-0,9 vez mais longa que larga, subcoriácea, glauca, face abaxial
geralmente mais clara do que a face adaxial, glabra; venação broquidódroma, com nervuras basais fortemente arqueadas, nervuras salientes em ambas as faces.

Inflorescências terminais, 100-300 flores pediceladas, pedicelo 0,3-0,6 mm compr.; hipanto glabro; lacínios estreitamente triangulares a largamente deltoides, raramente curto-triangulares ou oblongas, ápice agudo a arredondado, 0,3-0,6 mm compr., 0,1-0,5 mm larg.; corola azul, tubo 4,4-8,2 mm compr., 0,9-1,3 mm larg. na base, lobos triangulares, ápice agudo, 1,9-2,7 mm compr., 0,4-1,6 mm larg.; filetes 0,1-0,4 ou 0,8-1,4 mm compr., anteras 1- 1,8 mm compr; estilete 4-8 ou 3,5-4 mm compr., estigma 0,3-1 mm compr.

Mericarpos glabros, 2-3,3 mm compr., 1,6-2,5 mm larg.

Kirkbride (1976) reconhece duas variedades nessa espécie, distintas principalmente pelo número de lobos das estípulas. Na Serra do Cipó, é encontrada apenas Declieuxia deltoidea var. deltoidea, que ocorre na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, de Diamantina à Serra do Cipó, e a oeste da Serra do Cabral (Kirkbride 1976), em cerrado com solo pedregoso ou campo rupestre, sempre crescendo entre as rochas.

É facilmente identificada por suas folhas glaucas, depresso-ovais a largamente depresso-ovais, com base cordada. Na Serra do Cipó, é extremamente comum nas encostas da face noroeste das serras (Santana de Pirapama/Santana do Riacho). Distingue-se de D. fruticosa por suas estípulas não decorrentes, razão menor entre comprimento e largura das folhas e tricomas nas axilas das folhas. Coletada em flor e fruto de fevereiro a junho.

Fonte: ZAPPI, D. C.; CÁLIO, M. F. & PIRANI, J. R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Rubiaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 32, n. 1, p. 71-140, 2014.

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