Ervas eretas; anuais, 2-27cm alt.; caule simples partindo da raiz, distalmente pouco até muito ramificado ou raramente simples; 4-alado na base, folhoso, pubérulo, tricomas curto-clavados, pontuações cróceas pouco conspícuas; raízes tênues, pouco até ramificadas.
Folhas verticiladas apenas nos primeiros nós basais, as demais alternas ou mais raramente sub-opostas, firme membranáceas; lâminas (2-)4-9×1-3mm, demais estreito-lanceoladas, gradualmente menores e esparsas nos ramos próximos aos racemos, ápice acuminado, margens levemente revolutas ou revolutas quando secas, não ciliadas, base aguda; pubérulas, tricomas curto-clavados, pontuações cróceas conspícuas. Racemos densifloros; 5-15×3,5-5mm, até 17mm compr. incluindo a raque desnuda de frutos; pedúnculos 3-12mm, raques pubérulas, tricomas curto-clavados, sem pontuações; brácteas 0,7-1,3×0,3-0,7mm, lanceoladas, ápice agudo, escassamente ciliadas, pontuações cróceas
na base e ao longo da nervura central, persistentes em frutificação, 1,5-2 vezes maiores que as bractéolas; bractéolas ovais a lanceoladas, não ou escassamente ciliadas; pedicelo 0,4-0,5mm, glabro.
Flores alvas a alvo-amareladas, 1,8-2,2mm; sépalas externas não ciliadas, manchas de pequenas pontuações aglomeradas, distribuídas ao longo da nervura primária; sépala externa inferior 0,9-1,1×0,5-0,8mm, ovais, ápice agudo; sépalas externas superiores 0,8-1×0,5-0,6mm, ovais, ápice agudo; sépalas internas (alas) 1,9-2,3×1,2-1,7mm, elípticas a amplamente elípticas, ápice obtuso a arredondado, não ciliadas, mais longas que as cápsulas maduras, manchas de pontuações aglomeradas distribuídas ao longo da nervura primária; carena 1,5-1,8mm compr., manchas alvacentas ao longo do dorso, persistentes nos frutos, cristas 2-3 lobos, ca. 0,5mm compr., ovário amplamente elíptico, com manchas alvacentas.
Cápsulas 1,5-1,8×1,4-1,6mm, amplamente elípticas, manchas alvacentas; sementes 1,1-1,2×0,6-0,8mm, elipsóides, ligeiramente curvadas, glabras; apêndices com lobos livres conatos apenas na base, 85% do tamanho total até mais longos que as sementes.
Ocorre nos estados de Minas Gerais (Chodat 1893) e Goiás (Marques 1988) e, citada pela primeira vez aqui, no Distrito Federal. Coletada em campos limpos permanentemente úmidos, normalmente em solos hidromórficos.
Após o exame do material confirmamos a posição de Chodat (1893) e Marques (1988) os quais reconheceram que Polygala carphoides e P. hygrophila são espécies distintas, porém próximas morfologicamente. Desta forma, discordamos da posição de Bernardi (2000), que tratou-as como sinônimos.
Podemos distinguir estas espécies principalmente pelas seguintes características presentes em P. hygrophila: sementes pubérulas, 1,7-1,9mm compr. (com apêndices de 63-82% do comprimento total da semente), racemos maiores que 6mm larg., brácteas 1,7-1,9×0,7-0,8mm, ciliadas, flores 3,5-4,3mm compr. e cápsulas 2,1-2,3mm compr.
Fonte: PASTORE, J. F. B. Polygalaceae Hoffmannsegg & Link no Distrito Federal, Brasil. 216f. il. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Brasília, Departamento de Botânica, 2006.