Polygalaceae – Polygala atropurpurea

Subarbustos perenes, 40-70cm alt.; caule simples ou muitos partindo da raiz, distalmente pouco a muito ramificados, cilíndricos, estriados, sub-áfilos, pubérulos tricomas curto-clavados, esparsas pontuações cróceas; raízes carnosas desenvolvidas.

Folhas todas alternas; lâminas 1-2×0,5mm, escamóides, ápice agudo, não ciliadas, base aguda, esparsamente pubérulas, tricomas clavados, pontuações cróceas conspícuas. Racemos densifloros; 12-26×3-4mm, até 60mm compr. incluindo a raque desnuda de frutos; pedúnculos 4-14mm; raques pubérulas, tricomas curto-clavados, salpicado de pontuações cróceas; brácteas 0,8-1,4×0,6-1mm, amplamente ovais, ápice agudo, não ciliadas, fortemente marcadas por manchas cróceas, persistentes após a queda dos frutos, 1,5-2 vezes maiores que as bractéolas; bractéolas ca. 0,9×0,5mm ovais, não ciliadas; pedicelo 0,1-0,2mm, glabro.

Flores atropurpureas, 2-2,2mm; sépalas externas não ciliadas, fortemente marcadas por pontuações cróceas; sépala externa inferior 0,9-1,3×0,6-0,9mm, ovais, ápice obtuso; sépalas externas superiores 0,8-1×0,4-0,5mm, ovais, ápice obtuso; sépalas internas (alas) 1,6-1,9×1,2-1,5mm, ovais, ápice obtuso a arredondado, não ciliadas, ultrapassando a cápsula madura em mais que o dobro de seu comprimento, fortemente marcadas por manchas cróceas; carena 2-2,3mm compr., séries de pontuações cróceas geminadas ao longo do dorso, persistentes no fruto, cristas 4-6 lobos, 0,7-0,8mm compr.; ovário amplamente elíptico, fortemente marcado por manchas cróceas.

Cápsulas 1,1-1,3×1-1,1mm, amplamente elípticas, fortemente marcadas por manchas cróceas; sementes 0,7-0,8×0,5mm, amplamente-ovóides, pubérulas; tricomas patentes, ca. 0,1mm, retos ou ligeiramente curvos, levemente lilases; apêndices muito curtos 0,08-0,1×0,08-0,1mm, 10-15% do comprimento total das sementes.

Ocorre no Distrito Federal (Marques 1988) e nos estados de Minas Gerais (Saint Hilaire 1828a) e Goiás (Bernardi 2000). Coletada em campos limpos estacionalmente úmidos ou campos sujos, em latossolos ou plintossolos. Floresce abundantemente após queimadas.

Das espécies ocorrentes no Distrito Federal, Polygala atropurpurea aproxima-se morfologicamente de Polygala sp. nov. ined. 1 e Polygala sp. nov. ined. 2. P. atropurpurea aproxima-se de Polygala sp. nov. ined. 1 apenas superficialmente pelas flores atropurpureas e hábito. As distinguimos principalmente pelas seguintes características presentes em Polygala sp. nov. ined. 1: raques das inflorescências densamente pubérulas com tricomas não clavados; sépalas e brácteas sem manchas cróceas; sementes estreitamente ovóides, 1,2-1,6mm compr. com longos tricomas retos e brancos.

P. atropurpurea compartilha com Polygala sp. nov. ined. 2 as sementes ovais com tricomas ondulados e lilases e flores fortemente marcada por manchas cróceas. As distinguimos, principalmente, pelas seguintes características presentes em Polygala sp. nov. ined. 2: plantas menores que 20cm alt., flores branco-amareladas, corola caduca nos
frutos, caule único e tênue partindo de uma raiz tênue não carnosa, folhas verticiladas na base e pedicelo 0,4-0,5mm.

Fonte: PASTORE, J. F. B. Polygalaceae Hoffmannsegg & Link no Distrito Federal, Brasil. 216f. il. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Brasília, Departamento de Botânica, 2006.

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