Erva 22–90 cm alt., monoica. Ramificação filantóide. Ramos com 3,5–15 cm, cilíndricos, pinatiformes, glabros.
Catafilos ca. 1 mm compr., triangulares, glabros. Estípulas ca. 2 mm compr., lanceoladas, às vezes triangulares, glabras. Pecíolo menor que 1mm compr., cilíndrico, glabro. Limbo foliar 8–10 × 4–6 mm, presente apenas nos ramos secundários, alterno, oblongo a oblongo-elíptico, às vezes oval a oboval, base aguda, ápice arredondado a agudo, às vezes levemente apiculado, membranácea, discolor, faces adaxial e abaxial glabras, margem, inteira, nervação cladódroma.
Címulas unissexuais, axilares, com ca. 3 flores estaminadas e as flores pistiladas solitárias dispostas nas regiões axilares e terminais. Brácteas ca. 1 mm, lineares a levemente triangulares, glabras. Flores estaminadas: pedicelo até 2 mm compr.; sépalas 5, 1–2 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado, com faixa central amarelada evidente, membranáceas, margem inteira, disco com 5 segmentos, circulares, verruculoso, alternos as sépalas; estames 3, menor que 1 mm compr., completamente unidos, formando uma coluna, anteras com rimas horizontais. Flores pistiladas: pedicelo 1 mm compr.; sépalas 5, 1 mm compr., livres, unisseriadas, orbiculares a obovais, ápice arredondado, com faixa central amarelada evidente, membranáceas, margem inteira; disco cupuliforme; ovário ca. 0,5 mm compr., globoso, liso, estiletes 3, menor que 1 mm compr., livres, bífidos apenas no ápice, estigmas subcapitados.
Cápsula 1,5 ×1,5 mm, globosa, com superfície externa lisa; pedicelo 1 mm compr., glabro.
Sementes 1,2 mm compr., trígonas, testa com estrias.
Comentários e distribuição: Phyllanthus stipulatus é distribuída desde o sudeste dos Estados Unidos, estendendo-se pelas Antilhas, até o sul do Brasil (Webster 2002). No Brasil, ocorre nas regiões Centro-Oeste (DF, GO, MT, MS), Norte (AC, AM, PA, RO, RR), Nordeste (BA, MA, PE), Sudeste (ES, MG, RJ, SP) e Sul (PR, SC) nos domínios da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Aqui está sendo reportada como primeiro registro para Sergipe. Na área de estudo, ocorre nos estados da BA, PE e SE (Fig. 11), em bordas de florestas ombrófilas, em ambientes paludosos e sombreados. Coletada com flores e fruto o ano inteiro.
É reconhecida pelas folhas oblongas a oblongo-elípticas, às vezes ovais a obovais, sépalas estaminadas obovais e três
estames completamente unidos. É muito semelhante a Phyllanthus amarus, em virtude das folhas oblongas, três estames unidos e as sementes estriadas. As espécies se distinguem pelas sépalas estaminadas obovais com ápice arredondado (vs. oblonga com ápice cuspidado em P. amarus), sépalas pistiladas orbiculares a obovais com ápice arredondado (vs. oblonga com ápice cuspidado).
Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (LC), em virtude de possuir uma EOO de 105. 514,515 km2 e em perigo (EN) por apresentar uma AOO de 48.000 km2 (IUCN 2001). Populações da espécie foram registradas na Estação Ecológica Pau Brasil (BA) e Parque Estadual Serra do Conduru (BA).
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.