Subarbusto ca. 90 cm alt., monoico. Ramificação filantóide. Ramos 6–10 cm compr., cilíndricos, pinatiformes, pubescentes, não modificados em cladódios.
Catafilos 1,2–4,2 mm compr., triangulares, glabros. Estipulas ca.1–1,4 mm compr., triangulares a ovais, glabras.
Pecíolo 0,2–0,5 mm compr., pubescente. Limbo foliar 6–15 × 3,7–8 mm, presente apenas nos ramos secundários, alterno, oblongo, base arredondada, ápice arredondado, mucrunado, membranáceo, discolor, faces abaxial e adaxial glabras, margem inteira, nervação cladódroma.
Cimulas bissexuais de 4–7 flores. Brácteas 1mm compr., ovais a oblongas, pubescentes. Flores estaminadas: pedicelo 5–6,5 mm compr., glabro; sépalas 5, 0,7–0,8 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice obtuso, faixa central amarelo-esverdeada, membranáceas, margem inteira; disco 5-lobado, liso; estames 3, ca. de 1,4 mm compr., totalmente unidos, formando uma coluna, anteras com rimas verticais. Flores pistiladas: pedicelo 4–6 mm, puberulento; sépalas 5, 0,5–0,6 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado a obtuso, faixa central amarelo esverdeada, membranáceas, margem inteira; disco 5-lobado, liso; ovário ca. 0,5 mm compr., globoso, liso, estiletes 3, menor que 1mm compr., bífidos, estigmas capitados.
Cápsula 1,5–2 × 1,4–3 mm, globosa, superfície lisa; pedicelo 8 mm compr., glabro.
Sementes 1–1,3 mm compr., trígonas, testa discretamente verruculosa.
Distribuição e comentários: Phyllanthus carmenluciae é endêmica da serra de Baturité no estado do Ceará (Fig. 6), sendo conhecida apenas pela coleção tipo (Ribeiro et al. 2017). Esta área é caracterizada como um brejo de altitude, onde constitui uma vegetação de floresta ombrófila. Em virtude de ser conhecida apenas pela coleção tipo, este material não foi suficiente para sua descrição, sendo então a descrição complementada com informações contidas no
protólogo.
Coletada com flores e frutos em fevereiro. Pode ser reconhecida pelos ramos pubescentes, flores de ambos os sexos com 5 sépalas, disco estaminado lobado e anteras com deiscência vertical. É similar a Phyllanthus bahiensis em virtude da ramificação filantoide, ramos pubescentes, folhas oblongas, disco estaminado lobado e anteras com deiscência vertical, entretanto pode ser diferenciada da mesma pelas flores de ambos os sexos com 5 sépalas (vs. 6 em P. bahiensis) e estigmas capitados (vs. cilíndricos).
Seu status de conservação na área de estudo é criticamente ameaçada (CR), em virtude de possuir uma EOO de 0.000 km2 e uma AOO de 4.000 km2. Além disso, a espécie é conhecida apenas pela coleção tipo, sendo esta, fora de unidades de conservação.
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.