Phyllanthaceae – Phyllanthus augustini

Subarbusto 15–18 cm, monoico. Ramificação filantóide. Ramos 10–12 cm, cilíndricos, pinatiformes, glabros, não modificados em cladódios.

Catafilos 1mm compr., lineares, glabros. Estípulas 1 mm compr., triangulares, glabras. Pecíolo menor que 1 mm compr., glabro. Limbo foliar 2–4 ×1–2 cm, presente apenas nos ramos secundários, alterno, elíptico, oboval a elípticooboval, base assimétrica, ápice agudo, membranáceo, levemente discolor, faces abaxial e adaxial glabras, margem inteira a revoluta, nervação cladódroma.

Címulas bissexuais com 2 a 4 flores, sendo 1 pistilada e 3 estaminadas ou flores solitárias. Brácteas 1mm compr.,
triangulares, glabras. Flores estaminadas: pedicelo 0,7–1 cm compr., glabro; sépalas 5, 2–2,2 mm compr., livres, unisseriadas, obovais, ápice arredondado, com faixa central esverdeada evidente, membranáceas; disco glandular com 5 segmentos, obcordados, lisos, alternos as sépalas; estames 3, 2 mm compr., livres, anteras com rimas horizontais. Flores pistiladas: pedicelo 2-3 cm, glabro; sépalas 5, 2 mm compr., livres, unisseriadas, largamente obovais, ápice obtuso, com faixa central esverdeada evidente, membranácea, disco glandular cupuliforme; ovário 0,5–1,5 mm, globoso, liso, estiletes 3, 1–1,2 mm compr., livres, bífidos, estigmas capitados.

Cápsula 2–3 × 3–4 mm, globosa, lisa; pedicelo 15–20 mm compr., glabro.

Sementes 1,5–1,8mm compr., trígonas, testa com estrias na face dorsal e lateral.

Distribuição e comentários: Phyllanthus augustini é endêmica do Brasil, tendo ocorrência para a região Sudeste (RJ, ES) e Nordeste (PE, BA), a qual é restrita ao domínio da Mata Atlântica (Martins et al. 2014, Torres et al. 2020a) (Fig. 6). No Nordeste ocorre apenas em florestas ombrófilas, e em áreas alagadas. Coletada com flores em janeiro e agosto e com frutos em agosto. Pode ser reconhecida pelo porte subarbustivo, base foliar assimétrica, disco estaminado obcordado e flores pistiladas com longos pedicelos (2–3 cm). Assemelha-se a P. niruri em virtude do formato e assimetria das folhas, flores estaminadas e pistiladas com cinco sépalas obovais, além dos três estames livres. Porém, pode ser diferenciada pelo fato de P. niruri apresentar o disco estaminado arredondado (vs. obcordado em P. augustini) e as flores pistiladas com pedicelos curtos (3–4 mm compr.) (vs. 20–30 mm compr. em P. augustini).

Seu status de conservação na área de estudo é vulnerável (VU), em virtude de possuir uma EOO de 6.896, 122 km2
e uma AOO de 12.000 km2 (IUCN 2001). A espécie ocorre na Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara (BA) no leste da Chapada Diamantina na Mata Atlântica do Nordeste.

Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.

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