Phyllanthaceae – Hieronyma alchorneoides

Árvore 6–11,5 m alt., dioica. Ramos cilíndricos, estriados, glabrescente, pubescente a lepidotos. Estipulas 1,5–2 cm compr., espatuladas, glabras a lepidotas.

Pecíolo 2–10 cm compr., cilíndrico, glabro a levemente lepidoto. Limbo foliar 9–22 × 3,5–11 cm compr., oval, suborbicular, raramente oblongo-elíptico, base arredondada, ápice arredondado, agudo a cuspidado, às vezes apiculado, subcoriáceo, discolores, faces abaxial e adaxial densamente lepidotas, margem inteira, nervação cladódroma. Brácteas até 1 mm compr., ovais, pubescentes. Inflorescência estaminada e pistilada paniculada, axilares.

Inflorescência estaminada 8–12 cm compr., contendo 15–25 flores, raque densamente lepidota. Inflorescência pistilada 7–10 cm compr., contendo de 15–25 flores, raque densamente lepidotas. Flores estaminadas: pedicelo
1–1,3 mm compr., cálice 1 × 2–2,5 mm, gamossépalo, denteado, densamente lepidoto externamente, glabro internamente; estames 4–5, 1–2 mm compr., livres, anteras divaricadas, simétricas, com rimas verticais; pistilódio 1, até 1mm compr., retangular, truncado no ápice, puberulento; disco cupuliforme. Flores pistiladas: pedicelo 1–1,2 mm compr., cálice 1,5 mm compr., gamossépalo, denteado, densamente lepidoto externamente, glabro internamente,
dentes triangulares; disco cupuliforme; ovário piriforme, ca. 1mm compr., tricomas lepidotos, estiletes 4, inteiros, glabros, estigmas lobados.

Fruto drupa, ca. 2 mm compr., ovoide, atropurpúreo, superficie lisa, pedicelo ca. 1mm compr., apiculado.

Sementes ca. 1 mm compr., elípticas, testa lisa.

Distribuição e comentários: Hieronyma alchorneoides possui ampla distribuição, desde a América central até a Bolívia e Brasil (Cordeiro, 2012). No Brasil ocorre na região Norte (AC, AM, AP, PA, RO, RR), Nordeste (BA), Centro-Oeste (DF, GO), Sudeste (MG, RJ, SP) e Sul (PR, RS, SC) ocorrendo na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção). Na área de estudo (Fig. 3) foi encontrada nos estados de AL, BA, CE e SE, principalmente em florestas de vegetações litorâneas e vegetações de Brejos de altitude. Neste trabalho é reportada como nova ocorrência para Alagoas e Sergipe.

Coletada com flores de abril a outubro e com frutos de dezembro a maio. É facilmente reconhecida pelas folhas ovais a suborbiculares, raramente oblongas-elípticas, com as faces adaxial e abaxial densamente lepidotas, tricomas escamiformes e disco estaminado cupuliforme. Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (LC), em virtude de possuir uma EOO de 59,722.139 km2 e em perigo (EN) por apresentar uma AOO de 40.000 km2 (IUCN 2001). Além disso, a espécie ocorre na área de conservação Estação ecológica do Pau-Brasil (BA), na Mata Atlântica Nordestina.

Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.

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