Árvore 5–15 m alt., monoica. Ramos cilíndricos, glabros. Catafilos ausentes. Estípulas ca. 3
mm compr., piramidais, glabras.
Pecíolo 1–1,5 cm compr., enegrecido, glabro. Limbo foliar 9–
13 × 5–10 cm, elíptico, elíptico-oblongo, levemente oblongo-oboval, base arredondada a
cuneada, ápice cuspidado, subcoriáceo, levemente discolor, nervuras bem evidentes,
principalmente na parte abaxial, face adaxial e abaxial glabra, margem revoluta, nervação
cladódroma.
Inflorescência 3–20 cm compr., racemiforme terminal, raque glabra, flores em agrupamentos glomeruliformes de 4–7 flores, distribuídas ao longo da raque, a uma distância de 0.5–2 cm um do outro. Brácteas ca. 2 mm compr., piramidais, glabra. Flores estaminadas: pedicelo ca. 1 mm compr., glabro, sépalas 5, 3–4 × 2–3 mm, livres, oblongo-elípticas a elípticolanceoladas, ápice obtuso a arredondado, glabras, coriáceas, margem inteira; pétalas 5, 1 × 0,3
mm, livres, reniformes, margens fimbriadas, glabras; estames 5, as vezes 4, 3–4 mm compr., livres, anteras com rimas verticais; pistilódio 1, trífido no ápice, concrescido no meio dos filetes, glabros; disco denteado. Flores pistiladas: pedicelo 6 mm compr., glabro, sépalas 5, 5–6 × 2–2,2 mm, elíptico-lanceolada a elíptico-oblonga, ápice atenuado glabra; pétalas 5, 1–1,2 × 0,5 mm compr., livres, reniformes, com margens fimbriadas, glabras; disco levemente denteado; ovário ca. 4 mm compr., piriforme, glabro, com sulcos longitudinais, estigmas sesseis.
Cápsula 1,2 × 1 cm, subglobosa, exocarpo lenhoso, superfície lisa, pedicelo 5–10 mm compr., glabro.
Sementes ca. 1,5 mm compr., trígonas, testa lisa.
Distribuição e comentários: Amanoa guianensis ocorre nas Américas do Sul e Central (Brasil, Guianas, Peru e Venezuela), além das Antilhas (Hayden 1990). No Brasil ocorre nas regiões Norte (AC, AM, AP, PA, RO, RR); Centro-oeste (MS, MT) e Nordeste (BA, MA, PE, SE). No Nordeste, é comumente encontrada nos domínios da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (Secco et al. 2014, Flora do Brasil 2020 em construção). Aqui, está sendo reportada pela primeira vez para o estado de Alagoas. Na área de estudo (Fig. 3), foi encontrada nos estados de AL, BA e SE, em restingas e florestas ombrófilas, geralmente em áreas inundáveis ou em margens de riachos. Coletada com flores em junho a novembro e com frutos em dezembro. É reconhecida pelas folhas com ápice cuspidado e inflorescências com glomérulos laxos.
Seu status de conservação na área de estudo é pouco preocupante (LC), em virtude de possuir uma EOO de 56.631,165 km2 e em perigo (EN) por apresentar uma AOO de 68.000 km2 (IUCN 2001).
A espécie ocorre nas áreas de conservação Parque municipal de Maceió (AL), RPPN Manona, RESEX de Corumbau (BA), Reserva Ecológica Michelin (BA) e Reserva Biológica de Una (BA).
Fonte: TORRES, A. M. Taxonomia de Phyllanthaceae na Mata Atlântica Nordestina, Brasil. 2020. 179 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Recife, 2020.