Trepadeira glabra.
Estípula 17-26×9-14mm e arista 1-4mm a ausente, ovado-lanceolada; pecíolo 1,5-2,8(3,2)cm, com 1 par de nectários próximo ao meio; lâmina coriácea, 5,2-9,3(10,6)×4,2-8,3cm, ovada a orbicular, ápice acuminado a arredondado, margem inteira, base cordada.
Flor solitária, 7,3-9,2cm; pedicelo 7,4-17cm, articulado a 7-15mm; brácteas verticiladas, 2,5-3,4×1,1-1,8cm, ovado-lanceoladas, hipanto 11-12×6-7mm, campanulado; sépala subcoriácea, 31-40×6-9mm e arista 5-6mm, oblongo-lanceolada, dorso verde e carenado, ventre alvo; pétala 27-32×5-6mm, oblongolanceolada, alva; corona em 2 séries filamentosas, a externa 10-13,5mm, a interna 6-6,5mm, claviforme; opérculo 4mm, filamentoso; nectário anular 1mm; límen membranáceo, 4-5mm; androginóforo excêntrico, 2,5cm; filete 7-10mm; antera 10mm; ovário 5-6×2-3mm, elíptico; estilete 9-11mm.
Baga 25×31mm, arredondada; semente 4,6×3,3×1,7mm, oblongo-orbcordada, foveolada.
Ocorre do litoral de São Paulo, onde se encontra vulnerável à extinção, até a Paraíba. E9, F8: Mata Atlântica, costão
rochoso e mangue doce. Colhida com flor e fruto praticamente o ano todo. Os frutos são comestíveis.
Apesar de mencionada anteriormente para São Paulo, apenas agora foram referidos materiais da espécie, tornando possível a identificação e a confirmação de sua ocorrência no Estado. Única espécie, em São Paulo, do gênero com o androginóforo curvo e excêntrico, caracte rística em comum com a Tetrastylis, possivelmente pelo mesmo tipo de polinização (por morcegos, Sazima & Sazima 1975, 1987), da qual difere por apresentar estiletes e placentas em número de 3 e límen membranáceo, entre outros aspectos. Masters (1872) e Cervi (1991a) ilustraram a espécie.
Fonte: BERNACCI, L. C. Passifloraceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 247-274, 2003.