Erva rupícola, 6,9–25,0 cm de compr, crescimento simpodial. Raízes delgadas, cilíndricas, aglomeradas, emergindo abaixo do caule. Caule ca. de 5,0 cm de compr., 0,2 cm de diâm., aéreo, cilíndrico, 1-foliado, com brácteas paleáceas.
Folha paralelinervea, 5,3–18,9 × 0,5–0,6 cm, isolada, oblonga, face adaxial e abaxial verde sem máculas, suculentas, ápice agudo, base angustada, presente durante a floração.
Inflorescência terminal ao caule, pendente, sem keikis, 10–13 flores; pedúnculo 3,0–7,4 cm de compr., alaranjado; brácteas do pedúnculo 2–3, 3,0–7,0 mm de compr., oblonga, membranácea, ápice agudo, base truncada; raque 2,3–4,8 cm compr.; bráctea floral 2,0–5,0 mm compr., rômbica, membranácea, ápice agudo, base truncada. Flores não ressupinadas, face dorsal de cor semelhante à face ventral; pedicelo inconspícuo. Sépalas alaranjadas, suculentas,
margem inteira, ápice agudo; laterais 6,0 × 1,5–2,0 mm, lanceoladas, unidas na base truncada, glabras; mediana 5,0–6,0 × 1,3–1,5 mm, lanceolada, base truncada. Pétalas 2,5–3,0 × 1,0–1,1 mm, inteiras, alaranjadas, oblongas, suculentas, margem inteira, ápice agudo inteiro, base truncada. Labelo trilobado, alaranjado, suculento, glabro, sem calosidade, sem fímbrias; lobos laterais 1,3–2,0 × 0,3–0,5 mm, auriculados, dobrados, 90º com lobo mediano; lobo mediano 1,0–2,0 × 1,0–1,3 mm, arredondado; calcar ausente. Coluna 2,4–3,0 × 0,9–1,0 mm, sem projeções, ereta, superfície ventral depressa; antena ausente. Antera 0,5–0,6 × 0,4–0,6 mm, com apêndice apical; polínias 2, iguais, laminares.
Fruto 1,6 × 0,5 cm, sem incluir rudimentos florais.
Esta espécie foi originalmente descrita no gênero Pleurothallis em 1835. Além da Bahia, é conhecida dos estados de Pernambuco (Pabst & Bungs 1975; Borba et al. 2000; Borba et al. 2002), Minas Gerais (Borba et al. 2000) e Paraíba (Borba et al. 2002). Ocorre na Bahia na Serra das Almas, Serra do Curral Feio, Serra do Rio de Contas, Serra do
Sincorá e Morro do Chapéu (Harley & Mayo 1980), além de ter sido registrada nos afloramentos rochosos de campos rupestres dos municípios de Jacobina (Toscano de Brito & Cribb 2005), Mucugê (Harley & Simmons 1986; Azevedo & van den Berg 2007), Palmeiras (Toscano de Brito 1998; Conceição & Giulietti 2002; Conceição & Pirani 2005;
Conceição et al. 2007), Lençóis (Toscano de Brito 1998) e Rio de Contas (Toscano de Brito 1995; Toscano de Brito & Cribb 2005).
No município de Morro do Chapéu é amplamente encontrada nos campos rupestres em grandes populações a pleno sol. Encontrada com flor em praticamente todos os meses do ano.
Recentemente, foi descrita uma subespécie, a A. ochreata subsp. cylindrifolia Borba & Semir, levando-se em consideração suas folhas cilíndricas sulcadas e sua ocorrência apenas na cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, além de diferenças químicas que a separa de A. ochreata subsp. ochreata (Borba et al. 2002), a qual é considerada aqui.
Fonte: BASTOS, C. A. A família Orchidaceae no município de Morro do Chapéu, Bahia, Brasil. 120f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana – BA, 2009.