Ervas, anuais, eretas, ca. 1,2 m alt.; caules ramificados, 4-angulares, 4-alados, em decorrência da base das folhas, glabros, ramos glabrescentes nas extremidades.
Folhas com lâmina 3–12 × 0,8–3,5 cm, ambas as faces verdes, a adaxial glabra, a abaxial glabrescente, lanceolada, linear-lanceolada, membranácea, ápice acuminado a agudo, base arredondada, decorrente, séssil; estípula ca. 2 mm
compr. Flores 4-meras, 3,2–3,4 cm compr.; sépalas 1–1,1 cm × 2,5–3 mm, verdes em ambas as faces, a adaxial glabra, a abaxial glabrescente, lanceoladas, ápice acuminado; pétalas 1,5–1,6 cm × ca. 4 mm, obovais, ápice arredondado; estames desiguais, filetes e anteras eretos; nectário curtamente piramidal, 4-agular, ápice plano; estigma capitado.
Cápsulas 1,8–2 cm × 3,5–4,4 mm, verdes, 4-angulares, oblongoides, 4-aladas, glabras; pedicelo 2–4 mm compr.; bractéola inconspícua, na base dos frutos.
Sementes ca. 3 × 2 mm, amarelo-acastanhadas, oblongoides, sem extremidade basal curvada; rafe proeminente, comprimento igual ao das sementes.
Amplamente distribuída no Brasil (Zeferino et al. 2020), ocorre em 12 estados e quase todas as Regiões, sendo este, no entanto, o primeiro registro para a Bahia. F4: lagoa antropizada, separada do leito do rio São Francisco por bancos de areia (Figura 6), em matas ciliares, com influência fluvial, sobre solos argilosos a arenosos. Foi encontrada com flores e frutos em março.
Ludwigia decurrens é a espécie da seção Pterocaulon que apresenta alas membranáceas mais evidentes, ca. 2 mm larg., em decorrência com a base das folhas, que se estende para os caules 4-angulares (Figura 2D) e as cápsulas 4-angulares (Figura 1E). Os frutos nascem em pequenos ramos laterais, ca. 2 cm compr. (Figura 1E) do caule principal, na axila das folhas, podendo ser confundido com os pedicelos de 2–4 mm compr. (Figura 1E). Já em L. erecta e L.
longifolia, as outras duas espécies da seção Pterocaulon na Bahia, os frutos nascem na axila das folhas, com pedicelo de 1–5,5 mm compr. (Figura 1I) e 6–23 mm compr. (Figura 1T), respectivamente.
Fonte: SOUZA, N. X. M. de; VIEIRA, A. O. S. & AONA, L. Y. S. Flora da Bahia: Onagraceae. Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas v. 21, n. 10, p. 01-30, 2021.