Onagraceae – Ludwigia elegans

Ervas a subarbustos, anuais a perenes, eretos, 1,3–1,4 m alt.; caules ramificados, subcilíndricos, glabrescentes a glabros, ramos densamente pubescentes e esbranquiçados nas extremidades.

Folhas com lâmina 4–19 × 1,7–4,5 cm, ambas as faces verdes, às vezes, verde-acinzentadas, a adaxial glabrescente a glabra, a abaxial pubescente a glabrescente, principalmente na nervura central e nas nervuras secundárias, lanceolada, largo-elíptica, cartácea a membranácea, acuminada em ambas as extremidades, margens levemente serrilhadas pelos hidatódios epitemais; pecíolo 3–15 mm compr.; estípula inconspícua.

Flores 4-meras, 3,6–4,2 cm; sépalas 14–16 × 4–5 mm, face adaxial verde, a abaxial verde a verde-avermelhadas, glabrescentes a glabras, lanceolar-deltoides, ápice agudo a acuminado; pétalas 1,8–2 × 2–2,2 mm, obovais a orbiculares, ápice arredondado, emarginado; estames subiguais, filetes curtos, curvados, anteras curvadas, próximas das pétalas; nectário piramidal, 4-angular, ápice plano; estigma capitado.

Cápsulas 1,4–1,9 cm × 5–7 mm, verdes, 4-angulares, obcônicas, pubescentes a glabras, principalmente nos ângulos; pedicelo 2,5–4,5 cm compr.; bractéola 9–11 mm compr., na base dos frutos.

Sementes ca. 4 × 2 mm, amarelo-acastanhadas, oblongo-ovoides; rafe proeminente, comprimento igual ao das sementes.

Ocorre no Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal, em sete estados das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul (Zeferino et al. 2020), sendo este o primeiro registro para a Bahia. F8 e G8/9: Mata Atlântica e Cerrado, no Chapadão Ocidental da Bahia (Figura 7), em florestas ciliares, florestas estacionais semideciduais e florestas ombrófilas, em ambientes úmidos e alagados, margens e leito de rios e bancos de areia dentro dos rios, em solos arenosos. Coletada com flores e frutos de março a abril.

Nos herbários, Ludwigia elegans é confundida com L. tomentosa. Entretanto, L. elegans apresenta folhas com 19–34 nervuras secundárias, regularmente paralelas, assim como as nervuras terciárias (Figura 2E), já L. tomentosa possui 12–26 nervuras secundárias, proeminentes, saindo de forma irregular da nervura central, raramente paralelas, e as nervuras terciárias são anastomosadas, raramente paralelas. Em L. elegans, as folhas possuem hidatódios epitemais nas margens, tornando-as levemente serrilhadas, enquanto L. tomentosa apresenta hidatódios disformes com
glândulas avermelhadas, tornando-as irregularmente serrilhadas (Figura 4G) (Castells et al. 1979). A flor de L. elegans apresenta filetes curtos e curvados e anteras curvadas próximas às pétalas (Figura 2F), em vez de filetes levemente curvados e anteras eretas a levemente curvadas quase se aproximando das pétalas (Figra 4F), como em L. tomentosa. O fruto de L. elegans é 4-angular obcônico e as semente oblongo-ovoides com rafe proeminente (Figura 1G, H), enquanto em L. tomentosa, o fruto é 4-angular obpiramidal, pubescente, e as sementes largo-elipsoides com rafe bem proeminente (Figura 1KK, LL).

Fonte: SOUZA, N. X. M. de; VIEIRA, A. O. S. & AONA, L. Y. S. Flora da Bahia: Onagraceae. Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas v. 21, n. 10, p. 01-30, 2021.

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