Arvoreta a árvore, ca. 8-12m alt. Ramos glabros, pouco esfoliantes, argenteos; os mais jovens comprimidos lateralmente, levemente canaliculados, esbranquiçados.
Folhas elípticas a ovadas; base agudacuneada; ápice agudo a longo acuminado, às vezes cuspidado; margem revoluta; lâmina 40-75×10-30mm, razão foliar 2-4, cartácea a coriácea, concolor a discolor, face adaxial argentea em material herborizado, glabras, limbinérveas; nervura central adaxialmente plana, abaxialmente proeminente; pecíolo 8-10mm
compr., sulcado, glabro, às vezes rugoso.
Flores 10-20, em inflorescências botrióides, axilares a terminais; eixo 30-50mm compr., castanho-escuro, piloso; ferofilos ovados, ápice agudo; antopódios 5-6mm compr.; profilos ca. 1,9×0,5mm, lanceolados a lineares, ápice agudo, caducos; botões florais 3-4mm compr., globosos, fechados, abrindo-se pelo rasgamento dos lobos calicinais; lobos do cálice 4, semelhantes, ca. 2,4×1,4mm, ovados, ápice agudo; pétalas 4, ca. 3×2,5mm; disco estaminal pubérulo, crasso, quadrangular; estames 5-6mm compr., glabros; hipanto glabro, prolongado acima do ápice do ovário; estilete 6-7mm compr., pubérulo; ovário bilocular, lóculos biovulados, óvulos basais.
Frutos globosos, 15-20mm diâm., amarelados até roxos quando maduros.
Sementes 1-2, castanho-claras; testa lisa, brilhante; embrião de cotilédones carnosos, livres.
Caracteres diagnósticos – P. rivularis diferencia-se das demais espécies deste estudo por apresentar pecíolo longo de 8-10mm de comprimento e ápice da folha longamente acuminado, bem como folhas de coloração prateada.
Ecologia – foram observadas flores de agosto a outubro e frutos em setembro. Este período de reprodução também foi observado por outros autores (Legrand & Klein 1978; Rotman 1985). Apresenta distribuição moderada, na área de estudo, sendo encontrada principalmente em locais de vegetação pouco perturbada, como os remanescentes florestais dos rios Baía e Iviheima (Mato Grosso do Sul). Ocorre número elevado de indivíduos nos paredões de arenito (barranco) da margem esquerda do rio Paraná e também nas margens do ribeirão São Pedro. De acordo com Bernardi (1985), trata-se de uma espécie nativa da bacia do rio Paraná com ampla distribuição, porém não muito abundante, sendo comum em matas de galeria.
Distribuição geográfica: sua ocorrência foi registrada para os Estados do Rio Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e também para o Paraguai, Uruguai e Argentina (Rotman 1982; Soares-Silva 2000).
Fonte: ROGMANOLO, M. B & SOUZA, M. C. de. Os gêneros Calycorectes O. Berg, Hexachlamys O. Berg, Myrcianthes O. Berg, Myrciaria O. Berg e Plinia L. (Myrtaceae) na planície alagável do Alto Rio Paraná, Brasil. Rev. Acta bot. bras, v. 18, n. 3, p. 613-627, 2004.