Arvoreta, ca. 2-4m alt. Ramos pilosos, esfoliantes, pardacentos, mais raramente castanho-acizentados; os mais jovens denso albo-seríceo; pêlos simples, 1,0-1,5mm compr.
Folhas elípticas a ovadas; base aguda, raramente obtusa; ápice agudo a acuminado, pungente; margem lisa a ondulada, cartilagínea, ciliadas quando jovens; lâmina (-25)50-85×10-45mm, razão foliar 1,5-3,0, cartácea quando joven, coriácea quando madura, discolor, face adaxial verde-brilhante, face abaxial argentea a parda, pilosa a glabrescente com a idade, limbinérveas; nervura central adaxialmente canaliculada, abaxialmente proeminente e pilosa; pecíolo 4-6mm compr., adaxialmente sulcado, esparso piloso.
Flores isoladas, raramente em dicásio; axilares a terminais; ferofilos lanceolados, ápice agudo; antopódios 25-35mm compr., denso pilosos; profilos ca. 3,8×1,0mm, lineares, ápice agudo, caducos; botões florais 6,0-7,0mm compr., abertos; sépalas 4, desiguais, 2 maiores ca. 4,8×5,8mm, 2 menores ca. 3,3×5,8mm, ovadas, ápice obtuso nas maiores e agudo nas menores; pétalas 4, ca. 7×7mm, base engrossada; disco estaminal esparso seríceo, quadrangular; estames 6-11mm compr., glabros; hipanto albo denso-seríceo, não elevado; estilete 6-7mm compr., piloso na base; ovário bilocular, lóculos multiovulados (ca. 30 óvulos).
Frutos não observados.
Caracteres diagnósticos – M. pungens diferencia-se das demais espécies de Myrtaceae deste estudo, por apresentar folhas coriáceas, brilhantes, de coloração verde escura e ápice cuspidado e pungente.
Ecologia – foram observadas flores em setembro e outubro e frutos jovens em janeiro e fevereiro. Poucos indivíduos foram registrados na área e a distribuição foi restrita à margem esquerda do rio Paraná e ao ribeirão São Pedro, sobre solos rochosos. Outros autores (Legrand 1968; Marchiori & Sobral 1997) também observaram a preferência desta espécie por solos úmidos e rochosos. Apresenta potencial apícola e frutos comestíveis, muito apreciados pela avifauna.
É uma espécie de crescimento lento e produz madeira dura e resistente, podendo ser empregada na arborização, além de ser indicada para plantios mistos com fins preservacionistas (Legrand & Klein 1977; Rotman 1979; Lorenzi 1998).
Distribuição geográfica: essa espécie distribui-se desde o Estado de São Paulo até o norte do Uruguai, alcançando a Bolívia, Paraguai e a Argentina (Rotman 1979; Marchiori & Sobral 1997; Soares-Silva 2000).
Fonte: ROGMANOLO, M. B & SOUZA, M. C. de. Os gêneros Calycorectes O. Berg, Hexachlamys O. Berg, Myrcianthes O. Berg, Myrciaria O. Berg e Plinia L. (Myrtaceae) na planície alagável do Alto Rio Paraná, Brasil. Rev. Acta bot. bras, v. 18, n. 3, p. 613-627, 2004.