Liana, 6–10 m alt.; caule acinzentado, ramo jovem pubescente, ramo adulto levemente estriado.
Folhas sub-coriáceas, verdes amarelados, brilhantes em ambas as faces; pecíolo 1–4,5 cm compr., glabro a levemente pubescente, basifixo, pulvinado no ápice, torcido; lâmina 4,5–13,5 x 2–6,5 cm, ovada, elíptica a largo-elíptica, base levemente arredondada a obtusa, margem inteira, levemente revoluta, ápice agudo a acuminado, glabras; nervuras principais 3, levemente proeminentes na face abaxial.
Inflorescência estaminada com 1–3 inflorescências por axila, paniculada; raque 4–20 cm compr., glabra a levemente velutina; brácteas 0,5–1 x 0,3 mm, lanceoladas, velutinas, raro glabras. Flores ♂ esverdeadas; pedicelo 0,5–3 mm
compr., glabro a levemente velutino; sépalas membranáceas, ápice arredondado, valvares; sépalas externas ca. 0,6 x 0,4 mm, oblanceoladas a obovadas, margem sinuada, dorsalmente pilosas, raro glabras, sépalas internas 0,8–1 x 0,7 mm, ovadas, margem inteira, glabras; pétalas ca. 0,8 mm compr., obovadas a orbiculares, membranáceas, glabras, margem inteira, valvares; estames 6, filetes 0,4–0,5 mm compr., livres, anteras introrsas, deiscência transversal. Inflorescência pistilada em racemo simples; raque 7-12 cm compr., 0,2–0,3 cm diâm., glabra a pilosa; brácteas ca. 1 x 0,3 mm, lanceoladas, glabras a pilosas (Mathias & Theobald 1981). Flores ♀ amarelas esverdeadas; sépalas glabras, sépalas externas ca. 0,8 x 0,5 mm, obovadas, sépalas internas ca. 1,2 x 1 mm, largamente ovadas; pétalas ca. 0,6 x 0,4
mm, largamente obovadas, glabras; carpelos 3, ca. 0,8 x 0,5 mm, oblongo-elípticos, glabros (Mathias & Theobald 1981).
Drupa imatura verde-escuro, madura purpúrea, 1,8–2,1 x 1–1,3 cm, obovóide; epicarpo glabro; mesocarpo delgado, pedicelo 0,5–1 cm compr., pubescente; endocarpo 1,5-1,8 x 1-1,1 cm, mais delgada na parte basal, próximo ao pedicelo, superfície reticulada com linhas de depressões profundas; semente 1–1,5 x 0,9–1 mm.
Ocorre nas Américas Central e do Sul (Mathias & Theobald 1981). No Brasil está distribuída em alguns estados da região Norte, Nordeste e em toda a região Sudeste e Sul (Mathias & Theobald 1981; Nicolson 1991; Braga 2010). H8, J8, K8: encontrada em Floresta Ombrófila Densa Submontana e Montana. Coletada com flores ♂ em abril e de outubro a novembro e com frutos em junho e em outubro.
Como mencionado anteriormente, Hyperbaena domingensis assemelha-se a Abuta selloana e Borismene japurensis por apresentar lâmina foliar com três nervuras principais, face adaxial lustrosa e ambas as faces glabras, além de inflorescências estaminadas paniculadas. Porém difere de A. selloana por apresentar pulvino delgado no ápice, flores
diclamídeas, drupa obovóide e semente sem endosperma; e de B. japurensis pelas flores ♂ com seis sépalas e semente sem endosperma.
Fonte: TEIXEIRA, M. D. R. Menispermaceae Juss. para a flora da Bahia, Brasil. 198f. : il. Dissertação (Mestrado em Botânica)-Universidade Estadual de Feira de Santana, Programa de Pós-Graduação em Botânica, 2011.