Liana, ca. 35m alt.; ramos adultos estriados, lenticelados, glabros.
Folhas membranáceas, concolores; pecíolo 1,8–4,5 cm compr., glabro; ápice e base pulvinados, torcido na base; lâmina 7–10,5 x 3,4–5,1 cm, ovada-lanceolada, base arredondada, margem inteira, levemente revoluta, ápice atenuado, face adaxial brilhante, faces glabras; nervuras principais 3, unidas na base até ca. 5(–1) mm compr., proeminente na face abaxial.
Inflorescência estaminada paniculada, 1–3 inflorescências por axila; raque 4–37 cm compr., glabra; brácteas 0,7–0,8 x 0,4–0,5 mm, obovadas, glabras, margem serreada, ápice atenuado, bractéola inserida no 1/3 superior do pedicelo, ca. 0,5 x 0,3 mm, semelhante às brácteas. Flores ♂ verdes; pedicelo ca. 2,5 mm compr., glabro; sépalas livres, glabras, membranáceas, prefloração valvar, sépalas externas 0,6–0,8 x 0,4–0,6 mm, obovadas a oblanceoladas, margem levemente serreada, ápice atenuado, sépalas internas 2,2–2,5 x 1,1–1,9 mm, obovadas, involutas, margem levemente crenada, ápice arredondado; pétalas 1,2–1,5 x 1,1–1,3 mm, obovadas a deltóides, margem levemente crenada, ápice levemente truncado, prefloração valvar; estames ca. 0,9 mm compr., filetes adnatos à base das pétalas, anteras introrsas, deiscência transversal. Inflorescência pistilada axilar, racemo composto; raque 13–38 cm compr., glabro. Flores ♀ não observadas.
Drupa imatura verde, madura vermelha, 2–2,5 x 1,3–1,5 cm, 1,3–1,4 cm de espessura; pedicelo ca. 1 cm compr., glabro; endocarpo 1,4–1,5 x 0,8–1 cm, superfície lisa, côndilo visível externamente, com intrusão longitudinal, aberto; semente ca. 1,3 x 0,8 cm.
Ocorre em alguns estados das regiões Norte (AC), Nordeste (BA) e Sudeste (ES e RJ) (Braga 2010). H9, I8, J8: encontrada em Floresta Ombrófila Densa Submontana. Coletada com flores ♂ em novembro e com frutos em abril e julho.
Como anteriormente discutido, Borismene japurensis assemelha-se vegetativamente a Abuta selloana e Hyperbaena domingensis, por apresentar folhas glabras com três nervuras principais. Porém B. japurensis distingue-se da primeira por apresentar flores ♂ diclamídeas, drupas elipsóides a globosas e sementes com endosperma liso; e da segunda por apresentar flores ♂ com nove sépalas e sementes com endosperma, enquanto H. domingensis possui
flores ♂ com seis sépalas e sementes sem endosperma.
Fonte: TEIXEIRA, M. D. R. Menispermaceae Juss. para a flora da Bahia, Brasil. 198f. : il. Dissertação (Mestrado em Botânica)-Universidade Estadual de Feira de Santana, Programa de Pós-Graduação em Botânica, 2011.