Ervas ou subarbustos, decumbentes, 0,1–0,2 m alt. Ramos subcilíndricos, comumente muito ramificados, decorticantes e avermelhados na base, revestidos por tricomas híspidos.
Folhas subsésseis, pecíolos ca. 0,2 mm compr.; lâminas 1–2,5 × 0,5–1 mm, oval-lanceoladas, base truncada ou
arredondada, ápice agudo, margem inteira, revoluta, cartáceas, 3 nervuras, par externo delgado e pouco conspícuo, ambas as faces densamente pubescentes.
Flores solitárias, terminais, bractéolas ausentes; pedicelos 0,5–1,3 mm compr.; hipantos 0,8–2 × 1–2 mm, campanulados, esparsamente híspidos; sépalas 1–3 × ca. 1 mm, triangulares, com dentículos entre as sépalas; pétalas 4,5–6 × 4–5 mm, obovais, lilases ou roxas; estames subisomórficos, filetes 2–4 mm compr., brancos a avermelhados,
pedoconectivos 0,2–0,3 mm compr., espessos, inapendiculados; anteras 1,5–2 mm compr., oblongas, eretas, amarelas passando a alaranjadas; ovários 3-4–loculares, oval-elípticos; estiletes 4–7 mm compr., brancos a avermelhados.
Cápsulas, 2,3–3,4 × 3–3,6 mm, vináceas ou castanhas, excedendo o hipanto; sementes 0,5–1 × ca. 0,8 mm, subcocleadas, testas foveoladas.
Embora Marcetia acerosa apresente distribuição restrita à Cadeia do Espinhaço, algumas vezes pode ocorrer em simpatria com M. taxifolia, com a qual se assemelha pelos ramos decorticantes e morfologia foliar.
No entanto, embora compartilhem tais características, M. acerosa é normalmente reconhecida pelo hábito decumbente (vs. ereto em M. taxifolia), ausência de apêndices no conectivo (vs. curtamente bilobados), anteras eretas (vs. curvadas), cápsulas excedendo o hipanto (vs. igual ou menor) e presença de dentículos entre as sépalas, os quais estão ausentes em M. taxifolia (Martins 1989, Santos 2020).
Na Serra do Cipó, M. acerosa é encontrada em campo rupestre, em solos arenosos, entre 1060–1500 m de altitude.
Fonte: ROCHA, M. J. R. da.; SILVA, D, N, da.; ROMERO, R. & GUIMARÃES, P. J. F. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Marcetieae (Melastomataceae). Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 38, p. 15-31, 2020.