Melastomataceae – Pterolepis glomerata

Subarbustos 30‒60 cm alt.; ramos quadrangulares, não alados, indumento dos ramos, pecíolos e eixos das inflorescências adpressoestrigoso.

Folhas sésseis ou com pecíolos ca. 1 mm compr.; lâmina 1,5–3 × 0,5–1 cm, lanceolada, base arredondada a cordada, ápice agudo, margem plana, inteira, face adaxial estrigosa, face abaxial densamente setosa, nervuras 3-basais.

Flores isoladas axilares e em inflorescências glomeruliformes no ápice dos ramos; brácteas e bractéolas 3–5 mm compr., foliáceas. Flores 4-meras, hipanto ca. 3–5 mm compr., campanulado, revestido por projeções vascularizadas e ramificadas, lacínias do cálice triangulares, ápice agudo; pétalas ca. 10–12 × 6–9 mm, magenta, obovadas; estames 8, subisomorfos, com filetes 4,5–6 mm compr., glabros, pedoconectivos 0,2–0,5 mm compr., apêndice ventral bilobado, anteras 4,5–5,5 mm compr., falciformes, subuladas; ovário setoso-glandular no ápice, estilete ca. 7 mm compr.

Velatídio ca. 5 mm compr.

Pterolepis glomerata distribui-se pela República Dominicana, Porto Rico, Antilhas, Venezuela, Guianas, Bolívia, Paraguai e Brasil (Renner 1994) e neste último, em praticamente todos os estados com exceção do Acre, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio Grande do Sul (Romero 2014b). No estado do Rio de Janeiro ocorre geralmente em restingas, mas também em floresta ombrófila densa na região serrana.

No estado do Rio de Janeiro é a única espécie pertencente à tribo Melastomeae com projeções vascularizadas e ramificadas que recobrem o hipanto (Fig. 2i), sendo assim facilmente reconhecível. Floresce e frutifica ao longo de todos os meses do ano.

Pterolepis glomerata assemelha-se às espécies de Tibouchina que possuem porte herbáceo e frutos com as lacínias persistentes (Meyer & Goldenberg 2012). Estas pertencentes ao grupo que será sinonimizado em Chaetogastra, e diferem do gênero Pterolepis pela ausência de projeções vascularizadas e ramificadas no hipanto.

No estado do Rio de Janeiro são relacionadas Pterolepis glomerata e Pterolepis trichotoma (Rottb.) Cogn. (Renner 1994; Romero 2014b).

Contudo a ocorrência de P. trichotoma para o estado é baseada na coleção A.F.M. Glaziou 11956 (K, P) proveniente de “São João da Barra, near Campos”. Como a espécie não foi recoletada no estado e as etiquetas das coleções de A.F.M. Glaziou muitas vezes apresentam informações duvidosas como já mencionado (Wurdack 1970), optou-se pela não inclusão deste táxon no trabalho.

Pterolepis glomerata foi coletada com flores e frutos em março, abril, maio, julho, setembro e outubro. O status de conservação é pouco preocupante (LC), por ser uma espécie de ampla distribuição e que possui um número significativo de coletas, várias delas recentes.

Fonte: GUIMARÃES, P. J. F. & SILVA, M. F. O. da. Aciotis, Acisanthera, Marcetia e Pterolepis (Melastomeae-Melastomataceae) no Estado do Rio de Janeiro. Rev. Rodriguésia, v. 65, n. 4, p. 1023-1035, 2014.

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