Subarbustos ca. 80 cm alt.; ramos quadrangulares, subalados, indumento dos ramos, pecíolos e eixos das inflorescências densamente hirsuto-glanduloso.
Folhas com pecíolos 1–1,5 mm compr; lâmina 0,9–2 × 0,7–1,5 cm, cordada ou oval, base cordada, ápice agudo, margem plana, serreada, face adaxial glabra ou esparsa a moderadamente hirsuto-glandulosa, face abaxial glabra ou esparsamente hirsuto-glandulosa sobre as nervuras, nervuras 5-basais.
Inflorescências em tirsóides ou cimeiras paucifloras, terminais 11–27 cm compr., brácteas ca. 4 mm compr., ovais, bractéolas reduzidas. Flores 5-meras; hipanto ca. 3 mm compr., oblongo, moderadamente hirsuto-glanduloso, lacínias do cálice lineares, ápice agudo; pétalas 6 × 4 mm, róseas, obovais; estames 10, dimorfos, antepétalos com filetes ca. 3,5 mm compr., glabros, pedoconectivos ca. 0,8 mm compr., apêndice ventral bilobado, anteras ca. 3,5 mm compr., falciformes, subuladas; antessépalos com filetes ca. 4 mm compr., glabros, pedoconectivos ca. 2,5 mm compr., apêndice ventral conspicuamente bilobado, anteras ca. 4 mm compr., subuladas; ovário glabro, estilete ca. 5 mm compr.
Velatídio ca. 4 mm compr.
Acisanthera variabilis é endêmica do Brasil, mas apresenta ampla distribuição, com ocorrência nos estados da Bahia, Paraíba, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Meyer & Goldenberg 2012; Kriebel 2014). No estado do Rio de Janeiro é geralmente encontrada em Floresta Ombrófila Densa, em pastagens e áreas alteradas, desde o nível do mar até elevações acima de 1000 metros de altitude.
Apresenta tricomas glandulares na face adaxial da lâmina foliar, ovário com ápice glabro e conectivos dos estames ventralmente bilobados, características que em conjunto permitem reconhecer esta espécie. Acisanthera variabilis é uma espécie bastante polimórfica em relação à morfologia das folhas e dos estames, o que torna obscura a sua delimitação em relação a espécies próximas (Kriebel 2008; Meyer & Goldenberg 2012; Kriebel & Almeda 2013).
Acisanthera variabilis foi coletada no estado do Rio de Janeiro com flores em setembro e flores e frutos de dezembro a abril. O status de conservação é pouco preocupante (LC), por ser uma espécie de ampla distribuição e que possui um número significativo de coletas, várias delas recentes.
Fonte: GUIMARÃES, P. J. F. & SILVA, M. F. O. da. Aciotis, Acisanthera, Marcetia e Pterolepis (Melastomeae-Melastomataceae) no Estado do Rio de Janeiro. Rev. Rodriguésia, v. 65, n. 4, p. 1023-1035, 2014.