Árvores 8-12,5m; ramos com indumento ferrugíneo, tricomas estrelados, glabrescentes.
Lâmina foliar concolor a levemente discolor, 16-26,5×16,5-27cm, 3-5-lobada, ápice apiculado ou arredondado, margem inteira, base profundamente cordada, face adaxial verde-escura, com tricomas estrelados esparsos, face abaxial verde-clara, com tricomas estrelados adensados; estípulas 5-6mm; pecíolos 11,5-17cm.
Cimas 1-5-floras; profilos 3-5mm, triangulares a estreitamente elípticos; pedicelos 5-13mm; cálice 15-17mm, campanulado, vermelho com borda amarela, profundamente lobado, externamente recoberto de tricomas estrelados, internamente com tricomas estrelados na metade apical, lobos 12-13mm; tubo estaminal 3-4mm, estames 14; ovário 2-3mm; estiletes 3-4mm; androginóforo 10-15mm, tricomas estrelados adensados.
Folículo 5,5-12×3-6cm, vermelho-alaranjado, externamente recobertos de tricomas estrelados ferrugíneos, rostro 5-10mm; sementes 3-3,5cm, negras.
Exclusivamente brasileira, na região Sudeste e Nordeste, apenas na Bahia. São Paulo: D9, floresta ombrófila densa. Flores em janeiro. Plantas cultivadas: C5, C6, D6, E6, E7, floresta estacional semidecidual; flores de novembro a março e frutos de maio a setembro.
Popularmente conhecida como chichá, Sterculia curiosa estava erroneamente identificada nos herbários paulistas como S. chicha A. St.-Hil., um sinônimo de S. apetala (Jacq.) H. Karst., espécie distribuída desde a América Central, estendendo-se pelas Antilhas, até o Norte da América do Sul (Colômbia, Peru e Norte do Brasil) e distinta de S. curiosa, principalmente pelas dimensões do cálice e caracteres do fruto.
A espécie caracteriza-se pelo cálice campanulado, profundamente lobado, com até 17 mm de comprimento (Prancha 2: S), sementes negras e tubo estaminal constituído por 14 estames. Além disso, apresenta inflorescências paucifloras (1-5 flores em cada cima).
Trata-se de uma espécie de floresta ombrófila densa. No Estado de São Paulo, a única coleta da espécie em habitat natural data de 1885, no município de Cruzeiro, Serra da Mantiqueira (R 78107), sendo os demais materiais examinados de indivíduos cultivados. Na próxima lista das espécies ameaçadas do Estado de São Paulo, S. curiosa deverá ser incluida na categoria Presumivelmente Extinta, por falta de registro nos últimos 50 anos. Flores polinizadas por moscas e visitadas por abelhas e vespas (Taroda & Gibbs 1982).
Fonte: CRUZ, F. R. Sterculiaceae Vent. no Estado de São Paulo. 108f, il. Dissertação (Mestrado), Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2007.