Arbustos apoiantes, 1-2,5m; ramos cilíndricos, não estriados, com tricomas simples esparsos até glabros, aculeados; acúleos 1,5-6,5mm.
Folhas pecioladas; lâmina foliar concolor, 8,5-12×2-3cm, estreito-ovada a elíptica, ocasionalmente oblonga, ápice longamente acuminado a cuspidado, mucronado, margem inteira, base aguda, face adaxial glabra, face abaxial com tricomas simples, mais aglomerados na base, às vezes com acúleos sobre a nervura média, 3-nervadas na base; nectários situados na base da lâmina sobre a nervura média, multiaberturados, abertura oval; estípulas 4-5mm, subuladas; pecíolos 5-9mm, não alados, tricomas simples adensados.
Cimas 5-7-floras; profilos 0,2-0,4mm, estreito-triangulares; pedúnculos 3-6mm; cálice 3-6mm, com tricomas simples na face externa; pétalas roxas; unha 1-1,5mm; lâmina 1-1,9mm, carnosa, plana, largo-elíptica; tubo estaminal ca. 1mm, campanulado; estaminódios com 3 proeminências; ovário 0,4-0,6mm; estiletes 0,3-0,5mm.
Fruto 5-10mm diâm.; acúleos 1-2mm, cônicos, ápice agudo, próximos entre si; sementes 5-7mm, castanho-escuras a negras, verrucosas.
América do Sul: Argentina e no Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul. C6, D5, D6, F5, F6: floresta estacional semidecidual e floresta ombrófila mista. Flores e frutos de setembro a maio.
É a única espécie ocorrente no Estado de São Paulo a apresentar pétalas com lâmina carnosa, largamente elíptica e estaminódios com três proeminências na porção apical (Prancha 1: F-G). Quanto à morfologia das folhas e das pétalas, assemelha-se a B. obliqua Benth., que tem distribuição na Venezuela e nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, porém esta última apresenta apenas uma proeminência na face externa dos estaminódios e os acúleos do fruto cilíndricos com ápice truncado, enquanto B. australis tem três proeminências nos estaminódios e acúleos cônicos com ápice agudo.
Fonte: CRUZ, F. R. Sterculiaceae Vent. no Estado de São Paulo. 108f, il. Dissertação (Mestrado), Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2007.