Subarbustos eretos, 0,8-0,9 m alt.; ramos tomentosos, glaucos, inermes, com tricomas estrelados longos e curtos misturados.
Folhas estipuladas, tomentosas, concolores, plicadas, pecíolo 5,0-10,0 mm compr., lâmina 3,0-6,0(-8,0) × 1,5-3,5(-5,3) cm compr. × larg., ovada a oblonga, raramente lanceolada, margem irregularmente serreada, face abaxial densamente tomentosa com tricomas estrelados, face adaxial tomentosa, nervuras proeminentes em ambas as faces; estípulas 3,0-4,0 mm compr., subuladas, agudas a acuminadas, tomentosas.
Inflorescência cimeiras numerosas, globeruliformes, pedunculadas a subsésseis, axilares e terminais, portando muitas flores. Flores homostílicas; sépalas 4,0-5,0 mm compr., estreitamente espatuladas, glabras, com poucos
tricomas estrelados no ápice; pétalas amarelas, marcescentes, unha 1,0-1,5 mm compr., lâmina 4,0-5,5 mm compr.; estames completamente conatos, formando um tubo estaminal; gineceu apocárpico, 1-carpelar e 1-locular, ovário 1,0-1,5 mm compr., oblongo-obovoide, viloso em direção ao ápice, glabro na base.
Fruto cápsula vilosa, apiculada no ápice, com tricomas simples e longos; sementes 1 por fruto, 1,5-2,0 mm compr., obovoides, glabras.
Waltheria indica é uma espécie amplamente distribuída pelas regiões tropicais do mundo. No continente americano, é recorrente em quase toda sua totalidade, tanto em formações abertas como em áreas antropizadas, em campos rochosos dos costões, na restinga, em beira de estradas e formações campestres.
Na Serra do Cipó é uma espécie muito comum, ocorrendo nas manchas das matas ciliares ao longo dos rios e crescendo na beira da mata, sob solos mais secos; também é comum nos campos arenosos e ao longo da estrada que liga os municípios Belo Horizonte e Conceição do Mato Dentro. Nessas localidades, há registros de floração e/ou frutificação entre julho e novembro. A espécie apresenta grande plasticidade fenotípica, com ampla variação vegetativa, no formato e indumento das folhas (Fig. 6).
Fonte: COLLI-SILVA, M.; ESTEVES, G. L. & DUARTE, M. C. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Byttnerioideae, Helicterioideae e Sterculioideae (Malvaceae). Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 37, p. 27–48, 2019.