Erva 0,6-1,5m, ramificada no terço superior; caule cilíndrico, liso.
Folhas sempre opostas; lâmina 6-14×0,7-2,2cm, linear-lanceolada, ápice longamente acuminado, margem plana, base subcordada a amplexicaule, membranácea, levemente discolor, 8-14 pares de nervuras, arqueadas em relação à nervura principal, ligeiramente escabras.
Inflorescência solitária, longamente pedunculada, flores distanciadas 2-4mm entre si (quando em fruto, cápsulas distanciadas 5-10mm entre si). Cálice com lacínios revolutos, 1,5-2mm; corola 12mm, estreitamente infundibuliforme, alva.
Cápsula 3×5mm, mericarpos globosos, curtamente velutinos, castanho-esverdeados, lacínios acrescentes até 2,5mm.
Ocorre em São Paulo e no Rio de Janeiro. D9: Mata Atlântica de altitude, a 900-1.500m. Coletada com flores em janeiro e com frutos em abril.
O estudo dos espécimes-tipo de Spigelia amplexicaulis (em fruto) e S. reflexicalyx (em flor) revelou tratarem-se da
mesma espécie em diferentes fases de maturação, sendo que o espécime-tipo de S. amplexicaulis apresenta folhas
marcadamente amplexicaules, que podem ser consideradas uma variação populacional da planta.
Espécie de ocorrência localizada nas serras da Bocaina e do Itatiaia, foi coletada apenas duas vezes e pode ser considerada ameaçada de extinção, mas fazem-se necessárias mais coletas para poder avaliar melhor a situação da espécie em termos de conservação.
Fonte: ZAPPI, D. Loganiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 261-272, 2005.