Hemiepífitas até árvores, 10-20 (-40)m.
Folhas 5-7-folioladas; pecíolos 3-9,5cm; peciólulos 0,2cm ou nulos; folíolos 2,7-9,5×0,9-3,2cm, obovados a oblongos, ápice leve a profundamente emarginado, mucronado, base aguda, decorrente, margem inteira, levemente revoluta, glabros em ambas as faces; nectário 0,5-2cm.
Flores 5-8cm; pedicelos 0,8-3cm, glabros; cálice 0,8-1,7×1,3-1,7cm, borda truncada a curtamente lobada, externamente glabro; pétalas 4-6cm, face ventral com tricomas estrelados de raios curtos e flexuosos na porção basal; tubo estaminal 1,8-3,5cm, espessado na porção basal; partes livres dos filetes 0,7-2cm, tecas superiores 0,6-0,8cm, inteiramente unidas ao conectivo, tecas inferiores 0,8-1,3cm, unidas ao conectivo somente na porção apical; ovário 0,4-0,6cm, recoberto de tricomas glandulares ferrugíneos; estilete 3,5-6cm, espesso na porção exserta, geralmente encurvado.
Cápsula 4,5cm; sementes 0,4-0,7×0,3cm.
Exclusiva no Brasil, de São Paulo até Santa Catarina. E6, F5, F6, F7, G6: floresta ombrófila densa, no interior da mata. Flores de junho a agosto e frutos em outubro.
Espécie facilmente reconhecida pelas pétalas vermelhas, com ambas as faces recobertas na porção não imbricada de tricomas estrelados e pelo tubo estaminal dilatado e espessado na porção basal (Fig. 11: I).
Spirotheca passifloroides inicia o seu desenvolvimento como hemiepífita, apresentando ramos escandentes com raízes que servem de suporte e fixação, tornando-se uma árvore independente, que pode atingir até 40 m de altura
(Santos 1967). Durante o desenvolvimento do presente trabalho, a espécie foi coletada no Parque Estadual Carlos Botelho, no interior de mata, sob a forma de hemiepífita, crescendo sobre Hyeronima alchorneoides Allemao, árvore com mais de 30 metros de altura. A espécie foi coletada também sobre Calophyllum brasiliense Camb. e Ficus gameleira Standl., conforme consta nas etiquetas dos materiais de herbário F. Barros & R.T. Ninomia 1710 e Ivanauskas 861. No Estado de São Paulo, distribui-se desde Ibiúna, estendendo-se pelos municípios de São Miguel Arcanjo, Sete Barras e Iporanga até o litoral sul, em Iguape e Cananéia, na Ilha do Cardoso.
A espécie é indicada para o reflorestamento de áreas degradadas. Sua madeira é empregada na confecção de brinquedos, forros e pequenas embalagens e sua casca fornece fibras para cordoaria (Pio Correa 1974, SMA 2003).
Fonte: DUARTE, M. C. Diversidade de Bombacaceae Kunth no Estado de São Paulo. 99f, il. Dissertação (Mestrado), Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2006.