Malvaceae – Ceiba speciosa

Árvores 13-30m.

Folhas 5-7(8)-folioladas; pecíolos 4,5-14,5cm, nectários 0,7-0,9cm; peciólulo 0,5-1,5cm; folíolos 4,5-13×1,3-5,5cm, ovados, oblongos a elípticos, ápice agudo a acuminado, apiculado, apículo ca. 5mm, base aguda, decorrente, margem inteiramente serreada ou serreada somente na porção apical, dentes pouco a muito proeminentes, glabros em ambas as faces, nectário na nervura central 0,7-1,5cm, nervuras secundárias 19-22 pares.

Flores 8-14cm; pedicelo 1-3cm, glabro; cálice 1,6-2,6×1,5-2,5cm, borda irregularmente 3-4-lobada; lobos com nervuras marginais proeminentes; pétalas 7-14×1,5-2,5(-3,5)cm, espatuladas a estreitamente obovadas, margem
ondulada a inteira, rosa-intenso, máculas numerosas, diminuindo na porção basal; estames totalmente concrescidos em tubo, com as anteras dispostas no ápice do tubo formando um anel, ou às vezes concrescidos até a porção subapical e depois livres ca. 0,5cm; tubo estaminal 6-8,5cm, alvo a róseo; apêndices estaminais roxos; anteras 0,5-0,8cm; ovário 0,5-1cm; estilete 6-8cm, tricomas simples, glabrescente.

Cápsula 13-17cm, oblongóide, raro subglobosa; sementes 0,5-0,9x 0,5-0,8cm.

América do Sul: Peru, Paraguai, Bolívia até o Norte da Argentina. No Brasil, ocorre em todas as regiões, sendo mais freqüente nas regiões Sudeste e Sul. B4, C5, C7, D3, D4, D5, D6, D7, D9, E5, E6, E7, E8: floresta estacional semidecidual, raramente em floresta submontana. Flores de dezembro a junho e frutos em março a julho.

Ceiba speciosa caracteriza-se principalmente pelos estames totalmente concrescidos em tubo, com as anteras dispostas no ápice do tubo formando um anel (Fig. 8: N).

A espécie exibe variação quanto à forma dos folíolos, desde ovados, oblongos até elípticos, ao número (5–8) e ao tipo de margem, inteiramente serreada ou inteira na porção basal e serreada na porção apical. Vegetativamente, C. speciosa é estritamente relacionada à C. pubiflora, sendo a distinção entre duas espécies baseada apenas em caracteres florais, especialmente na coloração das pétalas e dos apêndices estaminais e no comprimento do tubo estaminal. A espécie é muito semelhante também à C. crispiflora (Kunth) Ravenna, que tem distribuição aparentemente restrita ao Estado do Rio de Janeiro, onde ocorre em floresta ombrófila densa e na restinga. As duas espécies apresentam a mesma coloração das pétalas e os estames totalmente concrescidos em tubo, porém, diferem pelas pétalas espatuladas a estreitamente obovadas, com margem inteira a ondulada em C. speciosa e estreitamente oblongas, com margem crespa em C. crispiflora.

Ceiba speciosa é freqüente nas regiões Nordeste e Sudeste do Estado de São Paulo, em floresta estacional semidecidual, ocorrendo no interior da mata, beiras de estradas e áreas de pastagem. Foi encontrada somente uma
vez na Serra da Bocaina, município de Bananal, em floresta submontana. Gibbs & Semir (2003) observaram a presença de borboletas polinizando as flores de C. speciosa, além de beija-flores entre os visitantes diurnos.

Fonte: DUARTE, M. C. Diversidade de Bombacaceae Kunth no Estado de São Paulo. 99f, il. Dissertação (Mestrado), Instituto de Botânica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, São Paulo, 2006.

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