Trepadeira a liana, até 8 m alt.; ramos castanhoacinzentados a ferrugíneos, cilíndricos, pilosos a pubescentes; lenticelas ausentes; gavinhas presentes.
Folhas subsésseis ou pecíolo 2–5 mm compr.; lâmina verde a castanho-amarelada quando seca, discolor, 2–10 × 2–4,7 cm, ovada a elíptica, cuneada a arredondada na base, acuminada a aguda no ápice, inteira nas margens, subcoriácea a coriácea, adaxialmente esparso-híspida a hirsuta, mais densamente nas nervuras, abaxialmente velutina, mais densamente nas nervuras, triplinérvea.
Tirsos terminais, laxos, 12–30 flores; pedúnculo até 0,8 cm compr., hirsuto; brácteas 1,5–4 mm compr., linearlanceoladas, agudas no ápice, ciliadas nas margens. Flores sésseis ou pedicelo até 0,3 mm compr. Sépalas 2,5–3 × 0,5–1,5 mm, lanceoladas, densamente estrigosas, agudas no ápice, ciliadas nas margens. Corola verde, ferrugínea externamente, com lobos amarelo-vináceos, hipocrateriforme; tubo 11–14 mm compr., estrigoso externamente, piloso na porção mediana internamente; lobos 2–2,5 × 1–1,3 mm, ovados, estrigosos externamente, papilosos e barbados para a base internamente. Estames semiexsertos; filetes 0,3–0,5 mm compr.; anteras 1–1,2 mm compr., dorsifixas, glabras. Ovário 1,7–2 mm compr.; estilete 10–14 mm compr.; estigma capitado, depresso.
Bagas imaturas verdes, 8–9,2 × 7,6–9 cm; pericarpo sublenhoso, liso.
Sementes 16–20, 2–3 × 1,6–2,4 cm.
Ocorre na Bolívia e no Brasil. No Brasil, está representada em Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Krukoff & Barneby 1969; Guimarães et al. 2017). D5, F5, F8, G8, H8 e J8: florestas ombrófilas denso-montanas e submontanas e restingas, em áreas sombreadas, no interior de matas preservadas ou em bordas de trilhas, sobre solos ricos em húmus. Foi encontrada com flores em agosto e com frutos em junho e outubro.
Strychnos trinervis pertence à seção Longiflorae (veja comentário da sessão em S. bahiensis). Na Bahia, assemelha-se bastante a S. bahiensis quando estéril, distinguindo-se pelas folhas adaxialmente esparsohíspidas a hirsutas (vs. esparso-pubérulas a glabrescentes), sépalas densamente estrigosas (vs. glabras) e maiores (ca. 2,5 mm vs. 1,2–1,5 mm compr.), tubo da corola estrigoso externamente e piloso na porção mediana e na fauce internamente (vs. papiloso externamente e completamente pubescente internamente).
Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.