Liana, ca. 10 m alt.; ramos castanhos a acinzentados, cilíndricos, glabros; lenticelas ausentes; gavinhas presentes.
Folhas subsésseis ou pecíolo 6–14 mm compr.; lâmina verde a verde-amarelada quando seca, discolor, 7–15 × 3–7,7 cm, oblonga a elíptica, cuneada a arredondada na base, acuminada a aguda no ápice, espessada e revoluta nas margens, subcoriácea a coriácea, glabra a glabrescente, triplinérvea, raro quintuplinérvea.
Tirsos axilares, congestos, 12–25 flores; pedúnculo até 0,5 cm compr., densamente pubérulo a pubescente; brácteas
2,5–4 mm compr., ovadas, agudas no ápice, ciliadas nas margens. Flores sésseis ou pedicelo até 1,5 mm compr. Sépalas 0,5–0,8 × 0,5–0,8 mm, largo-ovadas, cuneadas a agudas no ápice, ciliadas nas margens. Corola amarela a creme, hipocrateriforme; tubo 8–9,5 mm compr., pubescente externamente, densamente piloso internamente; lobos 2–2,5 × 1,5–1,2 mm, ovados, pubescentes externamente, pilosos a lanuginosos para a base internamente. Estames
semiexsertos; filetes 0,4–0,5 mm compr.; anteras 1–1,3 mm compr., dorsifixas, glabras. Ovário 1,5–2 mm compr.; estilete 10–12 mm compr.; estigma capitado.
Bagas acinzentadas, 6,8–7 × 5,6–6,4; pericarpo lenhoso, levemente rugoso.
Sementes 5–10, 2,2–2,5 × 1,5–2,2 cm.
Ocorre na Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, ocorre no Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Bahia, Maranhão e Mato Grosso (Krukoff & Monachino 1942; Guimarães et al. 2017). G8: florestas ombrófilas denso-montanas e submontanas, no interior da mata, em solos ricos em húmus.
Strychnos peckii é uma liana de grande porte, com relatos de até 25 m de compr., alcançando o dossel das florestas, com flores amarelo-pardas. Quando estéril, pode ser equivocadamente identificada como S. romeubelenii (ver comentário daquela espécie) ou com S. erichsonii, diferindo desta última pelas folhas geralmente glabras a glabrescente (vs. glabras a pubescentes), opacas em ambas as faces (vs. lustrosa na face adaxial), além das inflorescências somente axilares (vs. terminais e axilares) e bagas sublenhosas, com pericarpo espesso (vs. fibrosas, com pericarpo fino).
Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.