Arvoreta a arbusto, 2–3,5 m alt.; ramos castanhoclaros, cilíndricos, glabros ou escabriúsculos a hirsutos; lenticelas pontiformes; espinhos e gavinhas presentes.
Folhas subséssil ou pecíolo até 5 mm compr.; lâmina verde a verde-clara, mesmo quando secas, discolor, 1–6 × 1–2,5 cm, elíptica a ovadoelíptica, cuneada a arredondada na base, aguda a acuminada no ápice, papirácea a cartácea, esparsohirsuta na nervura central, pubérula ou glabra em ambas as faces, triplinérvea.
Tirsos terminais, laxos, 12–40 flores; pedúnculo 0,5–1,2 cm compr., glabro ou glabrascente a minutamente pubérulo; brácteas 1–5 mm compr., lanceoladas, agudas no ápice, ciliadas nas margens. Flores com pedicelos 1,8–2 mm compr. Sépalas 0,8–1,5 × 0,5–0,8 mm, ovadas, cuneadas a levemente agudas, ciliadas nas margens. Corola branca, curto-infundibuliforme; tubo 1–1,5 mm compr., papiloso externamente, glabro internamente; lobos 1,8–2 × 1–1,5 mm, ovados, papilosos externamente, barbados internamente para a base. Estames semiexsertos; filetes 0,1–0,2 mm compr.; anteras 0,6–0,8 mm compr., basifixas, glabrescentes a esparso-pilosas na base. Ovário 0,6–0,9 mm compr.; estilete 0,8–1 mm compr.; estigma capitado.
Bagas verdes a amarelas, 1,5–2 × 1–1,5 cm; pericarpo subcoriáceo, levemente rugoso.
Sementes 2–4, 1–1,3 × 0,9–1,2 cm.
Ocorre na Argentina, Bolívia e Brasil. No Brasil, é encontrada na Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Krukoff & Monachino 1942; Guimarães et al. 2017). D2, D5, D7, E6, E7, E9/10, F8, G7, I8 e J8: amplamente distribuída em florestas ciliares ou de galeria, florestas estacionais e ombrófilas, no interior de matas preservadas ou em áreas antropizadas, na borda de trilhas. Floresce de novembro a fevereiro e frutifica principalmente em setembro e outubro.
Segundo Krukoff & Monachino (1942), Strychnos brasiliensis apresenta ampla variação morfológica, incluindo quatro variedades e oito espécies em sua sinonímia. É reconhecida pela presença de espinhos geralmente curvos e lenhosos (daí seu nome popular), ramos completamente lenticelados, folhas geralmente elípticas, membranáceas, papiráceas ou cartáceas, agudas a acuminadas no ápice, com nervuras primária e secundárias emersas na face abaxial, levemente proeminentes na adaxial, e as inflorescências laxas (vs. congestas nas demais espécies). Ducke (1965) relata a semelhança da espécie com S. mattogrossensis, mas ambas podem ser facilmente diferenciada pelas bagas globosas ou subglobosas, suculentas (vs. fibrosas), lisa (vs. rugosa), com sementes discoides ou esféricas de
1–2 cm compr. (vs. 2–2,5 cm).
Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.