Loganiaceae – Spigelia scabra

Erva ereta, por vezes ramificada, 10–50 cm alt.; ramos verdes, tetrágonos, glabros a esparso-escabros.

Folhas verticiladas no ápice e opostas para a base dos ramos; pecíolo até 1 cm compr.; lâmina verde, discolor, 2–8 × 0,8–2 cm, elíptica a ovado-elíptica, atenuada na base, acuminada a aguda no ápice, inteira nas margens, papirácea, escabra na face adaxial, mais densamente nas margens, glabra na face abaxial, 4–6 pares de nervuras secundárias; estípulas ovadodeltoides a truncadas no ápice, ca. 2 mm compr.

Cimeiras escorpioides, isoladas, terminais, 1–7 flores, 1,2–4 cm compr.; pedúnculo até 0,5 cm compr., glabro; brácteas ca. 0,5 mm compr., lanceoladas, agudas no ápice, denticuladas nas margens. Flores sésseis ou pedicelo até 0,1 mm compr. Sépalas 2,5–3 × 0,5–0,8 mm, lanceoladas, agudas no ápice, denticuladas nas margens. Corola branca, infundibuliforme; tubo 7,9–9,5 mm compr., glabro externa e internamente; lobos 1,5–2,5 × 1,5–2,5 mm, deltoides, glabros externa e internamente. Estames inclusos; filetes 1,5–2 mm compr.; anteras 1,2–1,5 mm compr. Ovário ca. 0,5 mm compr.; estilete 6–7 mm compr.; estigma filiforme.

Cápsulas verdes, 4–4,5 × 5–5,5 mm; mericarpos angulosos, escabros. Carpoatlas elíptico, arredondado nas extremidades; forame elíptico.

Sementes 12, 1,5–2 × 1–1,5 mm.

Ocorre na Bolívia, Equador, Paraguai, Venezuela e Uruguai. No Brasil, é encontrada nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Guimarães et al. 2017). E7 e G8: florestas ombrófilas denso-montanas e submontanas, em solos humíferos, no interior de matas preservadas ou em áreas perturbadas com baixa incidência luminosa. Floresce e frutifica de janeiro a março.

Spigelia scabra é uma erva típica de mata úmida, com ramos subtetrágonos a tetrágonos, folhas escabras, com tricomas concentrados nas bordas, inflorescências sésseis, com poucas flores, corola alva, geralmente quatro vezes mais longa que as sépalas, as quais ultrapassam a metade da cápsula. É similar a S. brachystachya (ver comentários daquela espécie) e S. laurina, diferindo desta última pelos ramos subtetrágonos a tetrágonos (vs. cilíndricos), corola
mais curta (9,5–12 vs. 15–20 mm compr.) e frutos com mericarpos escabros (vs. glabros).

Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.

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