Erva ereta, 15–50 cm alt.; ramos verdes, cilíndricos, estriados, glabros.
Folhas verticiladas no ápice e opostas para a base dos ramos, sésseis; lâmina verde, discolor, 3–12,5 × 1,2–4,8 cm, ovadolanceolada, cuneada a arredondada na base, aguda a acuminada no ápice, membranácea a papirácea, esparso-escabra adaxialmente, glabra abaxialmente, 3 ou 4 pares de nervuras secundárias; estípulas deltoides, ca. 2 mm compr.
Cimeiras escorpioides, em grupos de 3–7, terminais, 6–29 flores, 1,5–14 cm compr.; brácteas 1,5–2 mm compr., lanceoladas, agudas no ápice, dentículos hialinos nas margens. Flores sésseis ou pedúnculo até 1,5 mm compr. Sépalas 2–3 × 0,3–0,4 mm, linear-lanceoladas a lanceoladas, agudas no ápice, dentículos hialinos nas margens. Corola branca com guias de néctar rosa, infundibuliforme; tubo 6–8 mm compr., glabro externa e internamente; lobos 1–1,7 × 1,6–2 mm, deltoides, glabros. Estames inclusos; filetes 2,5–3 mm compr.; anteras 0,9–1,3 mm compr.
Ovário 1–3,5 mm compr.; estilete ca. 6,5 mm compr.; estigma filiforme.
Cápsulas verdes, 4,5–5 × 5–6,5 mm; mericarpos arredondados, muricados, papilosos. Carpoatlas rômbico, agudo nas extremidades; forame elíptico.
Sementes 16, 1,2–2 × 1–1,5 mm.
Ocorre na América Central, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Guiana Francesa, México, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, é encontrada no Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, São Paulo e em todo o Nordeste (Guimarães et al. 2017). C7, D3, D4, D5, D10, E7, E8, E9, E/F5, F8/9, G7, G8, H8 e I8/9: caatingas, cerrados, florestas ciliares ou de galeria e restingas, em ambientes úmidos, alterados, antrópicos, sombreados ou ensolarados, em solos arenosos e/ou alagados. Encontrada com flores e frutos praticamente o ano todo.
Spigelia anthelmia é uma erva com ramos fistulosos e flexíveis, folhas com venação eucamptódroma-paralela, sésseis, dispostas em verticilos no ápice dos ramos, múltiplas cimas por ramo e sépalas menores que a metade do comprimento das cápsulas, que são visivelmente muricadas. Assemelha-se a S. hamelioides Kunth, espécie do norte da América do Sul, diferindo pelas folhas sésseis (vs. peciolada), com lâmina ovado-lanceolada (vs. elíptica a oblongo-elíptica), venação eucamptódroma-paralela (vs. peninérvea) e sépalas com comprimento menor (vs. maior) que o da cápsula. É comumente encontrada em áreas alagadas, sendo popularmente conhecida como lombrigueira, por seus compostos anti-helmínticos (Hoehne 1939).
Fonte: BRANDÃO, E. K. de S. & RAPINI, A. Flora da Bahia: Loganiaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 18, n. 10, p. 01-49, 2018.