Trepadeiras volúveis; ramos seríceos a glabrescentes; estípulas interpeciolares 1–1,3 mm compr., triangulares, decíduas, livres.
Folhas reduzidas nas inflorescências ausentes; pecíolo 9–13 mm compr., canaliculado, seríceo, eglandular; lâmina foliar 5,6–7,2 × 2,6–3,7 cm, cartácea, elíptica, base aguda, margem plana, ápice agudo a acuminado, ambas as faces glabras, eglandular; nervura central impressa na face abaxial.
Dicásio de cíncinos 1–floros, 8–29 flores; raque serícea; brácteas ca. 2,3 mm compr., membranáceas, cuculadas, decíduas; bractéolas ca. 1 mm compr., membranáceas, cuculadas, decíduas; pedúnculos ca. 3,9 mm compr. Flores com pedicelos ca. 6,1 mm compr., seríceos; sépalas adpressas ao androceu, 1,3 × 1 mm, ápice arredondado, ambas as faces glabras, as 4 laterais com 2 elaióforos cada, a anterior eglandular; elaióforos 8, amarelos, 1,3 × 1 mm; pétalas amarelas, pétalas laterais com limbo obovado, pétala posterior com limbo orbicular, margem erosa; pétalas laterais 4,2–4,4 × 2,3–2,4 mm, unguículos 0,5 × 0,2 mm; pétala posterior 3,3 × 3,4 mm, unguículo 1,2 × 0,2 mm; estames com filetes ca. 1,5 mm compr., conectivos glandulares cobrindo a face posterior das anteras, lóculos glabros; ovário 1,4 × 1,4 mm, esférico, seríceo; estiletes 1,6 × 0,2 mm, eretos, divergentes, cilíndricos, glabros; estigma lateral, truncado.
Mericarpos alados com 4 alas laterais formando um “X” e crista dorsal desenvolvida, marrons quando maduros; alas laterais 0,8–3,4 × 0,3–1 cm, seríceos a glabrescentes, tricomas não urticantes; núcleo seminífero 6–8 mm compr.,
rugoso, seríceo.
Tetrapterys anisoptera é endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Pernambuco (BFG 2018). No Espírito Santo é encontrada em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa. Coletada com flor em fevereiro e abril e com fruto em agosto. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Em perigo” (Fraga et al. 2019).
Pode ser confundida com T. mucronata e T. crispa, diferencia-se da primeira principalmente por suas folhas eglandulares (vs. 2-4 glandulas na face abaxial) e da segunda por suas estípulas interpeciolares livres (vs. conadas).
Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.