Trepadeiras volúveis; ramos velutinos a glabrescentes; estípulas epipeciolares, vestigiais, ca. 0,1 mm compr., decíduas, livres.
Folhas reduzidas nas inflorescências ausentes; pecíolo 6–8 mm compr., canaliculado, velutino a glabrescente, 1 par glândulas; lâmina foliar 7,9–8 × 3,7–4,4 cm, cartácea, elíptica, base aguda, margem plana, ápice arredondado, face
adaxial glabra, face abaxial serícea, nervura centeal impressa na face abaxial, 5–8 pares de glândulas marginais.
Dicásio de cíncinos 1-floros, 17–27 flores; raque serícea; brácteas 1,1–2 mm compr., cartáceas, triangulares, persistentes, eglandulares; bractéolas 0,6–0,7 mm compr., cartáceas, triangulares, persistentes, eglandulares; pedúnculos 1,3–2 mm compr. Flores com pedúnculos sésseis, pedicelos 5–6 mm compr., seríceos; sépalas adpressas ao androceu, 2,4 × 1,7 mm, ápice arredondado, revoluto, face adaxial glabra, face abaxial serícea, as 4 laterais com 2 elaióforos cada, a anterior eglandular; elaióforos 8, verdes, 1,3–1,9 × 0,6–0,8 mm; pétalas amarelas, limbo orbicular, margem erosa; pétalas laterais 2,6–2,9 × 1,8–2,2 mm, unguículos 1,5 × 0,2 mm; pétala posterior 2,2 × 2,1 mm, unguículo 1,9 × 0,4 mm; estames com filetes 1,2–1,8 mm compr., conectivos das anteras glandulosos, cobrindo a parte posterior das anteras, lóculos glabros; ovário 1,7 × 1,3 mm, cônico, seríceo; estiletes 1,7 × 0,3 mm, eretos,
divergentes, cilíndricos, glabros; estigma lateral, truncado.
Mericarpos alados, marrons quando maduros, 4 alas laterais formando um “X”, cartáceas, seríceas, tricomas não urticantes, alas com 0,7–1,2×0,4–0,9 cm; núcleo seminífero 5,1–5,4 mm compr., rugoso, seríceo.
Espécie endêmica do Brasil, ocorre nos estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (BFG 2018). No Espírito Santo ocorre em Floresta Ombrófila Densa. Coletada com flor em novembro e com fruto em janeiro. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Vulnerável” (Fraga et al. 2019).
Niedenzuella multiglandulosa diferencia-se das demais espécies do gênero no Espírito Santo, principalmente, por suas glândulas na margem das folhas que frequentemente formam pequenas projeções na margem da lâmina e pelo seu indumento seríceo na face abaxial.
Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.