Malpighiaceae – Dicella macroptera

Trepadeiras lenhosas; ramos seríceos a glabrescentes; estípulas interpeciolares, 0,4–0,6 mm compr., triangulares, persistentes, livres.

Folhas reduzidas nas inflorescências ausentes; pecíolo 12–15 mm compr., canaliculado, seríceo, 0–1 par de glândulas no ápice; lâmina foliar 6,9–13,2 × 3,5–6,1 cm, cartácea, elíptica a lanceolada, base obtusa, margem inteira, plana, ápice agudo a acuminado, face adaxial glabra, face abaxial esparsamente serícea, nervura central levemente impressa na face abaxial, 2–10 glândulas marginais. Dicásio de cíncinos 1-floros, 6–25 flores; raque serícea; brácteas 5–6,8 mm compr., cartáceas, elípticas, decíduas, eglandulares; bractéolas 4–6,1 mm compr., cartáceas, elípticas, decíduas, eglandulares; pedúnculos 4,1–5,8 mm compr.

Flores com pedúnculos sésseis, pedicelos 4,4–6,6 mm compr., seríceos; sépalas adpressas ao androceu, 1,7–2,2 × 1–1,2 mm, 3,9 × 1,5 cm quando expandidas no fruto, ápice arredondado, face adaxial glabra, face abaxial serícea, as 4 laterais com 2 elaióforos cada, a anterior eglandular; elaióforos 8, amarelos, 1,8 × 0,9 mm; pétalas amarelas, limbo orbicular, margem erosa, pétalas laterais e posterior iguais, 3,8–4,1 × 2,8–3,6 mm, unguículos 1,6–1,8 × 0,3–0,5 mm; estames com filetes 4–6,1 mm compr., conectivos das anteras apicalmente elongados, lóculos glabros; ovário 1,5 × 1,5 mm, cônico, seríceo; estiletes anteriores desenvolvidos, 1,6 × 0,3 mm, estilete posterior, 0,9 × 0,2 mm, recurvados, divergentes, canaliculados, glabros; estigma apical, truncado.

Nozes, douradas quando maduras, sem alas, seríceas, tricomas urticantes, 1,3 × 1,4 cm.

A espécie se distribui pelo Paraguai, Bolívia, Equador e Brasil (Chase 1981), onde é encontrada nos estados de Tocantins, Maranhão, Bahia, Ceará, Pernanbuco, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo e no Distrito Federal (Almeida & Mamede 2014; BFG 2018). No Espírito Santo ocorre em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa. Coletada com flor em janeiro, fevereiro e abril, e com fruto em abril e agosto. Considerada ameaçada de extinção na categoria “Vulnerável” (Fraga et al. 2019).

Os caracateres que diferenciam D. macroptera de D. bracteosa foram apresentados anteriormente. Em estágios iniciais de maturação do fruto, a diferenciação entre as espécies por meio do tamnbaho das sépalas se torna difícil, pois ainda encontram-se pouco expandidas, sendo mais informativo o uso da forma das brácteas e a posição das glândulas no pecíolo.

Fonte: BARROS, P. H. D. Flora do Espírito Santo: gêneros Alicia, Amorimia, Barnebya, Bunchosia, Carolus, Dicella, Heladena, Hiraea, Lophopterys, Mascagnia, Mezia, Niedenzuella, Tetrapterys e Thryallis (MALPIGHIACEAE). 100f. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Tropical), Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus- ES, 2019.

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